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Itapema FM  | 08/04/2014 17h31min

Confira entrevista com Thaís Rossiter, ex-modelo e estilista responsável pela coleção da Coca-Cola Jeans

Expectativa é grande para desfile da Coca-Cola Jeans, que está marcado para quarta-feira, às 21h

Dagmara Spautz  |  dagmara.spautz@osoldiario.com.br

Thaís Rossiter é o rosto por trás da Coca-Cola, marca do grupo AMC, de Brusque, que faz sucesso com uma pegada jovem e cool. Ex-modelo, ela deixou o agitado jetsetting paulista para viver na cidade do Vale do Itajaí, onde cresceu junto com a marca. A Coca-Cola é a única catarinense a marcar presença no Fashion Rio Verão 2015, que começa nesta terça-feira.

Em entrevista exclusiva ao Grupo RBS, Thaís falou sobre o mercado catarinense da moda e sua relação com a maternidade (ela é autora de um blog que fala sobre ser mãe).
O desfile da Coca-Cola Jeans está marcado para quarta-feira, às  21h, e a expectativa é grande: além do cantor Di  Ferrero, que substituiu Marlon Teixeira como o rosto masculino da marca, a Coca-Cola também deve levar à passarela Bruna Marquezine que, como está em ritmo acelerado de gravações, ainda não havia confirmado a participação até o início da tarde.

Confira abaixo uma entrevista com a ex-modelo Thaís Rossiter

Como começou sua relação com a moda? Foi em Curitiba, certo?
Sim, sou de São Paulo e a gente se mudou para lá em busca de uma vida mais tranquila, foi quando eu comecei a trabalhar como modelo e como eu entrei para o mundo da moda, com 16 anos. Comecei a pesquisar, a estudar, entendi que seria uma profissão bacana e corri atrás disso.

Você morou fora também...
Sim, para trabalhar como modelo. Morei em Paris. Aí resolvi parar para estudar. Me formei em Curitiba, no Senai, e fui morar em São Paulo porque em Curitiba o mercado da moda ainda é muito pequeno. As melhores marcas na época estavam ainda em São Paulo. Consegui uma vaga na Iódice, que para mim foi uma grande escola no jeans wear. Foi quando recebi o convite para ir para o Sul fazer a Coca-cola, na segunda coleção da marca.  A coleção foi crescendo, a marca se destacando, e foi muito legal estar com ela desde o início. É um crescimento profissional meu junto com a marca, a evolução é clara, um amadurecimento do profissional e da marca.

O fato de você ter trabalhado como modelo e ter conhecido o outro lado te ajuda?
Me ajuda, porque tive contato com muitas marcas, pude entender o que estava rolando, isso me ajudou a entender de produto e agregou na profissional estilista.

Como é morar numa cidade pequena?
Para mim foi complicado, porque sempre vivi em cidade grande e minha adaptação foi muito difícil no começo. (Do que você sentia mais falta?) Do contato com a parte cultural. São Paulo é uma cidade que vai te influenciando de várias maneiras. Trabalho muito analisando o comportamento das pessoas, do que elas têm desejo, e numa cidade pequena isso demora mais a chegar. Mas ao mesmo tempo trabalho numa empresa que investe muito em pesquisa. Estamos sempre em São Paulo nas nossas convenções, faço quatro viagens internacionais por ano. E tenho filho pequeno, imagina o drama (risos). Se eu colocar no papel, passo três meses por ano viajando.

Há lugares que você faz questão de revisitar todos os anos?
Vou muito a Nova York, que é uma cidade onde as pessoas absorvem as tendências nas ruas. É uma cidade mais comercial. Londres também, todo ano. Tokyo a gente procura ir uma vez por ano, não em toda coleção, porque a moda lá é muito conceitual para a Coca-Cola, que é uma marca muito pop. Tentamos unir as grandes tendências de maneira mais suave dentro da marca.

Quais vão ser os destaques do desfile?
Estamos destacando o jeans e uma alfaiataria mais refinada, esses dois contrapontos. Também nos inspiramos em roupas de ciclistas, que têm o refletivo. A gente está trazendo isso para as peças, e também as velas. Como é uma estação de verão, de frescor, quisemos trazer uma inspiração de esportes aquáticos.

Tem um pouco a ver com Itajaí também, que tem se voltado para as velas?
A gente acaba sim sendo influenciado pelo meio sim, estou sempre perto da praia.

Você aproveita bastante a região?
Atualmente eu amo viver lá. Justamente por viajar demais, quando estou em casa quero a tranquilidade de não ter trânsito nem a loucura do meu dia-a-dia. Mesmo estando lá é uma correria, a vida de estilista é muito cheia de compromissos. Vou à Praia Brava, em Itajaí, e a cada 15 dias vou para Curitiba, minha família ainda está lá. É difícil desacelerar, quando você sai desse ritmo, estranha o fato de ter tempo para fazer as coisas.

A Coca-Cola nasceu muito associada ao refrigerante, e hoje parece que não é mais tanto. Como vocês fizeram essa transição?
Quem conhece a marca se surpreende pelo que ela propõe, que é além do refrigerante. Tem conceito de moda, traz tendência, está conectada com o que o jovem quer usar. Não só a parte institucional, que também é um grande sucesso. As peças que a gente mais vende estão associadas à marca do refrigerante. Pessoas buscam isso dentro da Coca-Cola. Nosso sonho é agradar a todos e temos produto para isso. Trabalhamos com linhas especiais, mais ligadas a festas, música, que são alguns dos grandes pilares da marca, junto com a sustentabilidade.

A Coca-Cola tem idade?
Não. É uma marca jovem, mas isso está na cabeça, não na idade cronológica.

Na última coleção vocês tiveram o Marlon Teixeira como modelo, que também é catarinense. Foi uma escolha sua?
A gente sempre acaba conversando com o marketing para saber quem vai representar a marca. O estilo sempre tem uma pegada mais fashion, e o marketing de uma pessoa mais pop. Acho isso ótimo porque a Coca-Cola é esses dois universos. Como tínhamos a Bruna (Marquezine), escolher o Marlon foi o contraponto, de uma pessoa superpop, como é o caso da Bruna, com uma pessoa com pegada mais fashion, que é o Marlon. Mesmo assim ele é muito reconhecido, as meninas amam, e os meninos veem ele como uma pessoa bacana que tem o lifestyle da Coca. Mas agora a escolha do Di Ferrero também foi bacana porque representa uma das nossas linhas, que é a parte da música. Ele esta conectado diretamente com o nosso público.

Este é o primeiro ano em que o Fashion Rio terá uma edição só. Isso preocupa o trade da moda?
Vejo como uma questão muito regional, porque o Rio pede muito a cara do verão. A Coca-Cola não é uma marca que vende mais numa estação ou em outra. Provavelmente a gente vai ter alguma estratégia, ou em São Paulo, ou um evento à parte. Ainda vamos pensar no que vai ser melhor para a marca.

Se fala muito em falta de subsídio para a moda. Como você vê esse cenário hoje?
Acredito que precisa muito de um investimento maior. O que mais sinto falta é de uma tecnologia têxtil. Temos uma marca muito tecnológica, e não encontramos isso aqui. Quando viajo para fora busco tecidos de ponta. A gente tenta (reproduzir) alguma coisa, mas nem tudo é viável, algum acabamento diferente, um fio. (Isso encarece a produção?) Encarece. Mas essa realidade não é para tudo, em malharia e jeans somos muito bem atendidos pela indústria têxtil. A Menegotti (que faz parte do grupo AMC) consegue nos atender muito bem.

Como Santa Catarina está se inserindo no mercado da moda?
Quando eu me formei, o mercado era muito voltado para São Paulo, Rio e Minas. Quando fui chamada para ir para o Sul, a Colcci já era bem estabelecida no mercado. Eu comecei a olhar pro mercado de SC e entender que realmente tem muitas marcas sobressaindo no Estado, a nível nacional, e só tende a crescer. A moda não tem mais nicho em um estado só, acho que com a globalização todas as marcas do país tiveram acesso a informação e se renovaram até mais do que as marcas paulistas. Acredito que surgiram no mercado com uma proposta de produto diferente, o que fez com que se destacassem.

Como você vê o futuro para SC?
Acho que tende só a crescer. O mercado da moda está aceitando novas marcas. O consumiddor procura um produto bacana, independente da marca. E esse é o noso desafio.

Quem são suas inspirações?
Gosto muito da Stella McCartney, tudo o que ela faz na marca dela, na Adidas, na infantil. E o Alexander Wang, acho que é um dos que mais gosto, que tem influência no meu trabalho. Ele faz um esportivo refinado, com uma modelagem impecável, e ao mesmo tempo é supercool, supersimples.

Você é mãe, mantém um blog (o Fogo na Fralda), como essa mudança tem refletido em sua vida?
Gosto muito de produzir, e quando tive um filho, um novo olhar sobre o mundo se abriu, novas possibilidades além da moda. A maternidade me trouxe o desejo de fazer alguma coisa diferente. Resolvi escrever a falar a respeito. Não quero tratar de cuidados, de como amamentar, qual é o parto certo ou errado. Meu intuito é trocar experiências sobre as nuances da maternindade. Isso faz com que meus leitores se identifiquem, estou bem feliz.

Isso reflete em sua carreira?
Sim, porque me fez ser uma pessoa mais focada. Quando o Leonardo nasceu me fez ser uma profissional com muito mais foco. (Em termos de inspiração também?) O público é muito diferente, mas quando o Léo nasceu comecei a ver que o mercado brasileiro é bem fraco em termos de roupas infantis. Vou propor ao Alexandre (Menegotti, dono da AMC) uma marca infantil (risos). Eu iria adorar fazer.

O SOL DIÁRIO
Grupo AMC / Divulgação

Thaís Rossiter concilia a vida de estilista com a de mãe
Foto:  Grupo AMC  /  Divulgação


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