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Itapema FM  | 08/04/2014 16h40min

Classe artística relembra a contribuição de Caroline Lisa às artes de Joinville

Atriz, dançarina e produtora cultural, ela batalhou pelos direitos dos artistas em Santa Catarina

— Eu estou muito assustado, querendo saber quem é que toma estas decisões no universo. Esta de abreviar carreiras tão bonitas.

A dúvida triste do professor e diretor de artes cênicas Lucas David tem razão de ser: ele foi um dos primeiros a assistir ao despertar do talento de atriz e dançarina Caroline Lisa Schultz, morta nesta terça-feira, aos 39 anos. Caroline começou a fazer aulas de dança ainda na infância, na Escola Municipal de Ballet, da Casa da Cultura, e depois no Laboratório de Danças Lucas David.

— Ela foi minha aluna desde os sete, oito anos, até a adolescência. Sempre muito bonita e com muita desenvoltura para relações sociais — recorda Lucas.

Carol lutava contra o câncer e, além do tratamento tradicional, também buscou ajuda na medicina alternativa. Estava em Abadiânia, município de Goiás, desde o início do ano, mas retornou a Joinville no fim de semana. Na cidade, foi velada por familiares e amigos, com participação maciça da classe artística.

Apesar de ter começado a vida artística na dança, Carol já demonstrava paixão e interesse pelo teatro desde a infância, quando as aulas de clássico, jazz e contemporâneo se misturavam com iniciação teatral.

— Eu a conheci bem menina, ainda na Casa da Cultura, quando era professor de teatro e dava algumas aulas para as crianças da escolinha de artes. Lembro que ela foi assistir a Norigama (peça montada nos anos 1980 e polêmica por mostrar nudez no palco), era ainda bem novinha, mas já estava dançando e tinha esse interesse por arte — conta o escritor e diretor teatral Borges de Garuva.

Foi crescendo dentro do mundo artístico que Caroline Lisa percebeu a lacuna que havia em Joinville e região. Especializou-se em produção cultural, atuou intensamente em festivais como o Festival Catarinense de Teatro e o Cena - Mostra da Associação Joinvilense de Teatro, além de liderar movimentos como a criação de uma cadeira de Comunicação no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Joinville.

— Quando se deu conta da necessidade de produção cultural na nossa região, ela foi atrás disso e tornou-se fundamental não só para a produção de Joinville, mas também estadual. Carol sempre foi muito altruísta — afirma a atriz Sabrina Lermen.

Com Sabrina, Carol formou a Cia. Didois e montou espetáculos como Samsara, Resistência e Amor Barato, atuando, por vezes, como atriz, diretora e produtora. Ela ainda participou de peças como O Noviço e dirigiu Uma Festa para Eulália.

Leia mais sobre Caroline Lisa no blog Orelhada.





A NOTÍCIA
Luciano Moraes / Agencia RBS

Com o figurino de Samsara, espetáculo de dança indiana da Cia. Didois
Foto:  Luciano Moraes  /  Agencia RBS


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