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Itapema FM  | 07/04/2014 12h21min

Sétima e última temporada de "Mad Men" estreia no próximo domingo nos Estados Unidos

Aqui no Brasil, a temporada estreia um dia depois, na HBO

Sheron Neves*

"Melhor ser odiado pelo que somos do que ser amado pelo que não somos." Atribuída ao escritor francês André Gide, a frase poderia resumir a jornada de Don Draper/Dick Whitman nestes sete anos. O personagem, que, como a própria publicidade, é uma mentira bem construída, vem aprendendo o preço de ser amado pelo seu avatar.

A sétima e última temporada de Mad Men, que estreia dia 13 de abril nos EUA (e no dia seguinte no Brasil, pela HBO), será dividida em duas fases de sete episódios. O desfecho só vai ao ar em 2015, e, até lá, muito uísque ainda irá rolar. Quando o assunto é Mad Men, previsões são tão inúteis quanto oferecer uma cerveja sem álcool a Roger Sterling. Até mesmo o ano em que esta temporada inicia é um mistério (provavelmente 1969, mas só saberemos de fato no dia da estreia). Famoso por nunca revelar nada à imprensa, o produtor Matthew Weiner tem mostrado cuidado redobrado nesta reta final. Suas entrevistas foram tão enigmáticas quanto o trailer da nova temporada, que mostra apenas Don descendo de um avião. Sobre o cartaz psicodélico, criado por Milton Glaser (autor do famoso logotipo "I <3 NY"), Weiner apenas declarou que a imagem representa a confusão na mente de Don.

O cuidado do produtor é compreensível se considerarmos que a própria história em si já traz spoilers suficientes. Já sabemos das grandes transformações sociais e culturais: a surpresa está em como elas afetam, mesmo que inconscientemente, a vida dos personagens e, em especial, a de Don. É principalmente por meio de seus olhos que (re)assistimos ao passado de um ângulo privilegiado. Não é por acaso que a icônica assinatura mostra sua silhueta de costas. Vemos o que Don vê, mas também o observamos.

Capa da revista Time da semana, a série prova que a teledramaturgia saiu da zona de conforto e que há demanda para tramas psicologicamente densas: foram 15 Emmys, quatro Globos de Ouro, dois Baftas e seis Writers Guild. A nós, fãs, só resta aceitar: é o principio do fim. Em breve seremos tão órfãos quanto Dick Whitman. Mas nossos padrões de qualidade nunca mais serão os mesmos.

*Mestre em Media Studies, especializada em storytelling e TV social

SEGUNDO CADERNO
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