Nestes 24 anos em que acompanho a carreira do Guns N’ Roses, escrevi diversas vezes sobre uma das maiores tretas da história do rock (para mim, um fã da banda, a maior de todas): Axl Rose x Slash.

Já declarei Axl o vencedor alguma vezes. Em outras, decretei Slash como o nocauteador. Porém, nunca é tarde para mudar de opinião. Aliás, este é o ato mais sábio que um homem pode ter: mudar de opinião.

Recentemente vazou uma notícia de que o novo DVD do Guns N’ Roses teve sua estreia adiada por problemas jurídicos. Gravado no Hard Rock Casino, em 2012, Appetite for Democracy é aguardado com grande ansiedade pelos fãs do grupo. Porém, com o Guns, nem tudo são rosas. O motivo da encrenca é uma retaliação de Slash e Duff. Em 2011, Axl Rose fez de tudo para impedir o lançamento de Made in Stoke, trabalho ao vivo de Slash.

O vocalista do GN’R exigiu muita grana na época para liberar as músicas feitas em parceria na época da formação original (Sweet Child O’ Mine, Paradise City, Rocket Queen, Mr. Brownstone, entre outras...). Por isso, o DVD do guitarrista não foi lançado nos Estados Unidos. Ao que parece, chegou a hora da retaliação. Duff estendeu a mão para Slash e os dois encaram Axl em mais uma batalha.

Mas era para ser apenas rock n’ roll! Não querem ser amigos? Não sejam. Não querem trabalhar juntos? Não trabalhem. Mas não empatem os lances dos outros. Sigam suas vidas.

Certa feita, escrevi que na guerra entre Axl e Slash, quem venceu foi o guitarrista. Nunca parou de trabalhar, lançou excelentes discos, fez parcerias com os principais nomes da música pop americana e seguiu em frente. Enquanto isso, o vocalista viveu em um regime de reclusão por anos, lançou um bom disco e sai em turnê a hora que sente vontade.

Hoje, aos 32 anos de idade, eu mudei de opinião. Acredito que Axl e Slash estão muito bem, obrigado. Ganham milhões, são idolatrados e escreveram os seus nomes na história da música como uma das parceiras mais bem-sucedidas em todos os tempos. Ah, sobre quem perdeu a guerra: nós, os fãs de Guns N’ Roses. Perdemos para as gravatas, tribunais e egos dos artistas.

Porém, fã é cego, acredita em coisas impossíveis, idolatra. O que significa que nada do que eu disse no texto acima faz sentido. Afinal, todo mundo ainda vai continuar sonhando com um reencontro entre os dois ou algo do tipo.

A minha visão mais racional não acredita nisso. A de fã acredita. Muito.

Paradise City, do DVD Made in Stoke, do Slash



Appetite for Democracy, do Guns N’ Roses