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Itapema FM  | 28/03/2014 13h01min

Portais e grupos de pesquisa de tendências apontam as direções para a indústria criativa brasileira

Um desses exemplos é o Cool Weaving, comandado de Londres por brasileiros

A rua sempre esteve na moda. Antes da profusão dos blogs de street style, o vaivém dos personagens da vida real pelas ruas das metrópoles já inspirava os criadores. Hoje, com o fim das barreiras de disseminação das informações, todo mundo é um pouco fotógrafo, blogueiro e escritor. A tão esperada globalização permitiu acessos antes impensáveis. Mesmo assim, um olhar mais atento e antenado se destaca na multidão virtual.

Um exemplo deste polo de concentração qualitativa são os portais de tendências. A empresa do setor mais conhecida é a britânica WGSN, fundada em 1998 e atualmente com mais de 300 colaboradores nas áreas de editorial e design, em escritórios na Europa, Ásia, América do Norte e do Sul e Oriente Médio. São espaços que oferecem aos assinantes, clientes de diferentes setores, resultados de pesquisas e análises, entre outros serviços.

Morador de Londres, Luis Felipe Di Mare é um dos sócios da Cool Weaving – ao lado dele estão Luis Felipe Salles e os catarinenses Rodrigo Souza e Sidnei Raulino, ambos de Blumenau –, voltada exclusivamente ao mercado brasileiro. Direcionada aos estilistas, lojistas, empresários e profissionais ligados à moda, fornece informações para o crescimento dos negócios.

– O objetivo da Cool Weaving é ser uma equipe de apoio internacional para ajudá-los no desenvolvimento, desde a criação e editoriais até campanhas e lookbooks, por exemplo – comenta Di Mare.

As manifestações de comportamento e cultura, assim como outros acontecimentos que podem gerar conteúdo, estão cada vez mais difíceis de serem apontadas. Vivemos uma era em que a rapidez do que está em alta determina um prazo de validade curto para as tendências.

– Apontar os caminhos é como um jogo que necessita observação, memória e cabeça aberta para linkar as coisas. A informação está em todos os lugares e não adianta ficar só na frente do computador. É preciso quebrar as barreiras, enxergar e dar atenção a outros ambientes, além de contextualizar o presente com o passado e com o futuro - afirma o sócio da Cool Weaving.

Desejos de consumo

Um dos precursores nesta busca por apontamentos é o jornalista Jackson Araújo, diretor criativo do projeto Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC). Ele participa atualmente do grupo Flux - reunião de profissionais inovadores no mercado -, coordenado por Andrea Bisker, CCO do Grupo WGSN na América Latina, e Letícia Abraham.

– O grande mérito deste grupo de pensadores, focados no Brasil, é que a gente não está fazendo colagem. Estamos investigando mesmo e compartilhando um olhar especializado sobre a identidade local, como o país está se comportando nas redes sociais, por exemplo. Nosso viés é analítico para inspirar estratégias criativas, de marketing, de comunicação. E a aplicação destes conceitos não é imediatista, é para médio e longo prazos – explica Araújo.

Este foco no Brasil tem explicação. As empresas estão atentas aos milhões de consumidores e seus desejos. Da Inglaterra, Luis Felipe consegue ter uma visão mais abrangente de como estamos sendo observados:

– Já somos apontados como um hotspot mundial, exportamos diversos profissionais e produtos de qualidade e nossa economia caminha melhor do que em outras capitais. Um ponto que gosto muito é o padrão de atendimento brasileiro no mercado de luxo. Creio que seremos referência nisso internacionalmente. Nós encantamos, somos calorosos, temos um brilho inconfundível, sabemos sorrir, apertar a mão e até abraçar, se necessário. Isso faz e fará toda a diferença.

Júlio Tavares / Divulgação

Luis Felipe Di Mare é coordenador de conteúdo do portal
Foto:  Júlio Tavares  /  Divulgação


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