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Itapema FM  | 24/03/2014 13h24min

Ícone da dança joinvilense no século 20, Liselott Trinks completaria 100 anos nesta segunda

Além de bailarina, ela foi coreógrafa, diretora, cenografista e figurinista

A história de Liselott Trinks com a cultura joinvilense deve ser contada antes da data de seu nascimento, em 24 de março de 1914, há exatos 100 anos. A joinvilense responsável pelo fortalecimento da dança na cidade tinha nos pais, Adolf e Eva, alguns dos maiores incentivadores da arte em Joinville. Por isso, Liselott cresceu, em grande parte, entre os corredores da Sociedade Musical Lyra, depois transformada em Sociedade Harmonia-Lyra, da qual seu pai foi um dos criadores, presidente e membro da diretoria durante décadas.

Quando Elvis Presley começou a fazer sucesso, Liselott criou uma coreografia de rock para seus alunos. Na mesma época em que a dança experimental era difundida na Europa, a joinvilense já trazia a técnica da dança contemporânea para a cidade natal, depois de passar uma temporada na Alemanha.

Enquanto meninos e meninas aprendiam a dançar, Liselott dava o tom sentada ao piano. E quando um novo espetáculo chegava aos palcos, sua assinatura ia da coreografia e direção à cenografia e figurinos. Tudo feito com muita leveza pela moça de jeito meigo, carinhosamente chamada de Lotti, que durante boa parte das oito décadas em que viveu, dedicou-se ao ensino da dança e à produção de espetáculos apresentados em Joinville.

Os 100 anos de Liselott Trinks, por Joel Gehlen*

Nesta segunda-feira, Liselott Trinks estaria completando 100 anos. Prematuramente esquecida, a efeméride oportuniza um resgate da sua memória e legado. Sarau, exposição fotográfica, restauração do piano que lhe pertenceu, performances e a criação do Prêmio de Mérito Cultural Liselott Trinks são algumas iniciativas planejadas para marcar o seu centenário.

A Cidade da Dança deve esse status em grande medida a ela. Embora já houvesse apresentações dançantes em Joinville desde a fundação da Sociedade Harmonia, em 1858, foi a partir dos anos 30 do século passado que a atividade ganhou força com a manutenção de um corpo de bailados relativamente estável e uma escola de dança que teve em Liselott Trinks sua figura de proa. A escola introduziu os passos da dança contemporânea em Santa Catarina e, muito provavelmente, no Brasil, difundindo os princípios desenvolvidos por Rudolf Laban e Mary Wigman, na Alemanha.

Liselott atuou dançando, coreografando, dirigindo e dando aulas, numa trajetória de três décadas cheias de êxitos. Também produziu e incentivou outras artes, dentre elas música, escultura, literatura, pintura e teatro. Por ocasião do centenário de Joinville, reuniu mais de 80 bailarinas em um espetáculo. Uma façanha para um grupo de amadores. Em 1956, excursionou pelo Estado, apresentando-se, inclusive no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis, com grande sucesso, e no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR).

Em 1965, Liselott passou a trabalhar também na Sociedade Ginástica de Joinville, onde funda a Escola de Ballet e cria o Festival de Bailados, em 1974, que teve três edições – um precursor do Festival de Dança de Joinville. Liselott continuou atuando na dança até fins dos anos 70, vindo a falecer em maio de 1987.

* Joel Gehlen é jornalista e escritor. Publica suas crônicas às quintas-feiras em Anexo.

A NOTÍCIA
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