Atualizada às 23h59min Layse Ventura  |  layse.ventura@diario.com.br

A Maratona Cultural começou nesta sexta-feira, 21, com uma variedade de atrações em Florianópolis. Teatro, dança, música e artes plásticas vão marcar os três dias de evento.

O espetáculo mais esperado do primeiro dia foi o da Companhia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, que aconteceu no Teatro Ademir Rosa, no CIC. Ano passado faltaram ingressos para conferir os bailarinos de perto, mas neste ano ainda tinham lugares vagos até o inicio do espetáculo, às 21h10. Mas isso não significa que a procura foi pequena, pois espectadores fizeram fila desde as 18h30 e lotaram o teatro.  

O espetáculo Gala Bolshoi foi dividido em duas partes. Na primeira trechos de balés clássicos conhecidos foram apresentados, como Don Quixote e O Quebra-Nozes. Na segunda, os 13 bailarinos da companhia deram vida à coreografia Ariana, criada por Cassi Abranches – inspirada nos versos de Vinicius de Moraes Ariana, a mulher. Nesse poema, publicado em 1936, Vinicius narra a busca pela mulher ideal, um ser sutil que habita em todos.

Apesar do clima de festa estar presente nas atrações, o momento também é de reflexão. Servidores da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), da Secretaria de Assistência Social e da Fundação Catarinense de Educação Especial protestaram pacificamente na frente do CIC. Antes do início do espetáculo, uma carta-manifesto foi lida, apontando suas principais reivindicações, como a falta de investimento na cultura e a desvalorização dos servidores públicos em geral.

Escadaria do Rosário

Mais cedo, o rock abria as apresentações na escadaria do Rosário, no Centro. A banda Cyclos, estreante na Maratona, enfrentou uma ameaça de chuva para começar a tocar para um público animado, que fez até uma rodinha punk para curtir a sonzeira. As bandas End of Pipe e Califaliza também marcaram presença no palco da Maratona Cultural. 

Museu da Escola Catarinense

A exposição Que Desfaça o Curso de Qualquer Coisa foi montada especialmente para a Maratona Cultural. Com cerca de 60 artistas, ela estará aberta todos os dias no Mesc, localizado no Centro da cidade. A exposição reúne trabalhos em áudio, fotos, gravuras, óleo sobre tela e outros suportes. 

A artista Sandra Favero, homenageada na exposição, levou gravuras de diferentes épocas e seu trabalho mais recente, que é composto por gravuras em metal, utilizando tanto a reação com ácido – que é a mais comum –, quanto com azeite.

— É uma honra ser homenageada e ter meu trabalho reconhecido. Eu comecei a trabalhar com gravura na década de 80 e agora estou fazendo doutorado especificamente com gravuras em metal — explica a artista.

A Orquestra da Udesc também se apresentou no Mesc nesta sexta-feira, às 20h. Bem-humorados, eles apresentaram a peça Carnaval dos Animais, do francês Camille Saint-Saëns. Nessa composição, os instrumentos imitam os animais, como pianos que tocam o som dos antílopes correndo ou a tartaruga interpretada pelos instrumentos de corda.

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