Se Jack Johnson resolvesse morar em Florianópolis, seria mais um daqueles rapazes, 30 e poucos anos, pai de família, pés descalços e uma prancha nas mãos, em busca das ondas perfeitas do Sul da Ilha. Bom moço, o dono de tantos hits e amigo de Kelly Slater, é a cara da Capital catarinense. É a personificação do lifestyle praiano tão óbvio por aqui.

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E foi o que se viu na plateia deste sábado no Devassa on Stage, em Jurerê Internacional, durante o show de encerramento de uma minúscula turnê pelo país que passou também por São Paulo e Rio de Janeiro. Trilha sonora perfeita para casais apaixonados, surfistas em busca dos beijos de uma gata (as músicas de Johnson são ótimas para um chamego) e beldades com os últimos resquícios na pele de um verão tórrido que se despede.

Nas quase duas horas de apresentação, o cantor fez uma compilação entre canções do último disco, From Here to Now to You, de 2013, e alguns sucessos do passado. Foi recebido com gritos e flashes. Os celulares já são quase protagonistas neste tipo de evento. Inúmeras selfies desfocadas e "filtradas" em redes sociais com intermináveis hashtags foram embaladas por músicas como Upside Down, Flake, Taylor e Times Like These. Lá fora, a chuva deu uma trégua e o calor foi amenizado por um ventinho gostoso, quase como uma das criações do mestre do folk-rock-pop.

Em Floripa, não convidou um fã para cantar com ele, como em São Paulo. Não fez falta. O multi-instrumentista Zach Gill, comandante de todas as teclas da banda (uma senhora banda, inclusive) e onipresente nos discos de Jack, levou a galera ao delírio com seu vozeirão bluseiro. O ápice de um show limpo, correto, mas sem grandes emoções.

Antes de ir embora, o havaiano caiu na cansativa armadilha de misturar canções brasileiras ao repertório. Em busca de intimidade (como se precisasse!), mesclou Umbabarauma (Homem Gol) e Mas Que Nada, conhecidas na voz de Jorge Ben Jor, à Staple it Together, do disco In Between Dreams (2005). Não precisava.

Ah, e os bebedouros de água gratuitos, solicitados pela estrela da noite, defensor das causas ambientais, não estavam à vista.

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