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Itapema FM  | 10/03/2014 13h32min

As sete lições deixadas pelo hit "True Detective", série que terminou no domingo, na HBO

Trama estrelada por Matthew McConaughey derrubou serviço de streaming do canal nos EUA

CLAUDIA LAITANO  |  claudia.laitano@zerohora.com.br

A primeira temporada do hit True Detective, encerrado no domingo (9/3), na HBO, nos deixa as seguintes lições:

----> Leia mais: Seriado "True Detective", mais recente marco de excelência na TV, chega ao fim neste domingo

1) O apetite do público por séries que exploram e ampliam a linguagem do cinema é insaciável. A voracidade com que os espectadores receberam True Detective foi surpreendente. O que outras séries levaram uma ou duas temporadas para alcançar – fidelidade do público, buzz nas redes sociais, paródias, teorias malucas – True Detective conquistou logo nos primeiros três episódios. #breakingbadfeelings

2)Uma série de sucesso no momento certo faz milagres por um ator de cinema. Aconteceu com Kiefer Sutherland (24 Horas) e Kevin Spacey (House of Cards) e está acontecendo até com o limitado Kevin Bacon (The Following). As carreiras de Woody Harrelson e Matthew McConaughey (ambos na foto acima) nunca mais serão as mesmas. Um Oscar pode até ser esquecido, mas uma série de sucesso é para sempre.

3) Antes de TD, o único Pizzolato conhecido no Brasil era aquele que fugiu para a Itália para escapar da prisão. Pois Nic Pizzolatto, criador da série, resgata o prestígio da família associando o sobrenome a um padrão de qualidade de produção para a TV.

4) Na TV, nada se cria, tudo se mistura. A linguagem de True Detective paga tributo a referências cinematográficas e literárias, mas a influência mais perceptível é a de David Lynch e Twin Peaks. Mas o mistério com pinceladas esotéricas tem desfechos diferentes. Twin Peaks abraçou o delírio, True Detective manteve a ligação com a realidade. Nenhuma assombração precisa ser invocada quando nada é mais cruel do que o espírito humano.

5) Assim como Dale Cooper (Kyle MacLachlan) de Twin Peaks, Rustin Cohle (McConaughey) também fez muito discursos aparentemente incompreensíveis ao longo da série. As viagens filosóficas de Rust às vezes chegavam a algum lugar. O personagem bateu forte no fanatismo religioso americano, refletiu sobre o bem e o mal e sobre o propósito de uma vida. No episódio final, um susto: Rust parece ter uma visão mística e depois surge com visual de Cristo crucificado. O ceticismo do personagem, porém, não foi abalado. As referências aos espíritos do pai e da filha, porém, pagam tributo a sua atormentada trajetória pessoal, não ao misticismo.

6) Histórias que conseguem urdir um clima de mistério muito envolvente em geral decepcionam o espectador quando chegam ao final. A imaginação de quem assiste sempre espera um impacto na mesma dimensão da expectativa criada pelos primeiros episódios. True Detective terminou bem, mas sem o arrebatamento e as surpresas esperadas.

7) Nos EUA, a demanda para o episódio final foi tão grande que derrubou o serviço de streaming da HBO Go na noite de domingo. Alguma dúvida de que a contagem regressiva para a segunda temporada, em 2015, já começou?

 

ZERO HORA
HBO / Divulgação

Ganhador do Oscar, Matthew McConaughey é um dos destaques da série
Foto:  HBO  /  Divulgação


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