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Itapema FM  | 05/03/2014 15h59min

"Walt nos Bastidores de Mary Poppins" estreia nesta sexta-feira

Filme conta como nasceu um dos musicais mais queridos de todos os tempos

Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br

No ano em que Mary Poppins completa cinco décadas, um filme conta como nasceu um dos musicais mais queridos de todos os tempos. Em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013), Tom Hanks e Emma Thompson revivem com brilho a disputa artística entre os pais da babá "praticamente perfeita em todos os sentidos".

O filme que entra em cartaz nesta sexta-feira na Capital chega às telas ao mesmo tempo em que a Disney lança em Blu-Ray a versão de colecionador do clássico de 1964 (leia mais ao lado). Walt nos Bastidores de Mary Poppins dramatiza os episódios que precederam o surgimento do filme que há quase 50 anos levou cinco Oscar – Mary Poppins ganhou os prêmios de melhor atriz (Julie Andrews), montagem, efeitos visuais, trilha sonora e canção (Chim-Chim-Cheree).

O longa do diretor John Lee Hancock acompanha as duas semanas em que a escritora P. L. Travers (1899 – 1996) passou em Los Angeles, em 1961, trabalhando como consultora na criação do roteiro e das músicas da adaptação para o cinema de suas histórias sobre a babá Mary Poppins. Pressionada pela queda nas vendas de seus livros e o consequente aperto financeiro, a autora tinha enfim aceitado ceder os direitos de sua história para Walt Disney (1901 – 1966), que desde os anos 1940 tentava em vão dobrar a resistência da australiana radicada em Londres.

A colaboração, porém, não foi adoçada com nenhuma colher cheia de açúcar – conforme a receita de Mary Poppins para combater os momentos amargos. Desconfiada com os rumos que sua protagonista poderia tomar nas mãos de Disney (Tom Hanks), a austera Travers (Emma Thompson) impõe toda sorte de exigências e obstáculos à versão cinematográfica de sua obra, infernizando a vida do roteirista Don DaGradi e da dupla de compositores formada pelos irmãos Richard e Robert Sherman.

As diferenças surgem já nas apresentações: a formal escritora exige ser tratada como "Sra. Travers", enquanto o descontraído produtor insiste em que o chamem simplesmente de "Walt". Paralelamente à queda de braço criativa, Walt nos Bastidores de Mary Poppins mostra cenas da infância dura de Travers na Austrália, marcada pela figura do pai sonhador e alcoólatra, vivido pelo ator Colin Farrell – e que lançam luzes tanto sobre o comportamento da escritora quanto sobre as criaturas de seus livros.

Esquecidos pelo Oscar deste ano, Hanks e Emma estão ótimos em seus papéis – o desempenho da atriz inglesa chegou a ser indicado ao Globo de Ouro. Ambos emprestam credibilidade a personagens temerariamente à beira da caricatura, em duelos interpretativos espirituosos. Walt nos Bastidores de Mary Poppins é também uma festa para os amantes do musical, com suas abundantes referências a canções, diálogos e situações da célebre produção.

A nota dissonante é a parte dedicada às memórias familiares de Travers, recriadas com excesso de melodrama e frases de efeito – "disneyficando" o filme no tom cor-de-rosa da palavra.

Supercalifragilisticexpialidocious

Ambientado na Londres de 1910, Mary Poppins (1964) conta a história de uma família cujos pais relapsos não conseguem controlar o casal de filhos. Tudo muda quando uma babá literalmente desce das nuvens para ajeitar a casa dos Banks com suas lições de afeto e passeios mágicos.

Ao lado do divertido amigo Bert (Dick Van Dyke), Mary Poppins (Julie Andrews) e as crianças visitam paisagens de desenho animado, arrumam o quarto brincando e sapateiam com limpadores de chaminé pelos telhados da cidade. No final, o distante patriarca George Banks (David Tomlinson) se dá conta de que seu lar é mais importante do que o banco onde trabalha.

Walt nos Bastidores de Mary Poppins recupera problemas da produção como a oposição de P. L. Travers à escolha de Van Dyke para o elenco e sua contrariedade em relação às cenas de animação – a escritora jamais perdoou Disney pelo que considerou uma adaptação vulgar e desrespeitosa de sua obra. Para os fãs de Mary Poppins, porém, os números musicais e as inspiradas canções como a oscarizada Chim-Chim-Cheree, A Spoonful of Sugar, Feed the Birds, Jolly Holiday e a trava-línguas Supercalifragilisticexpialidocious continuam tão encantadores quanto há 50 anos.

Disney / Divulgação

Emma Thompson e Tom Hanks discutem sobre como deveria ser a personagem vivida por Julie Andrews
Foto:  Disney  /  Divulgação


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