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Itapema FM  | 23/02/2014 20h01min

Serviços por demanda e locadoras virtuais mudam os hábitos dos telespectadores

Criador da série "Dexter", em passagem pelo Brasil, comenta as características do novo público de seriados

Um homem capaz de atos deploráveis que virou herói aos olhos de uma grande audiência. O quase vilão queridinho do público Dexter, da série homônima, foi vivido por Michael C. Hall ao longo de oito temporadas. Mas, mesmo após seu desfecho, em setembro do ano passado, a história do serial killer continua sendo discutida por novas gerações de fãs. A “culpa” é dos serviços sob demanda e locadoras virtuais,que mudaram os hábitos de consumo dos telespectadores.

De passagem pelo Brasil nesta semana para palestra no 2º Programa Globosat de Roteiristas, o showrunner Scott Buck, o grande nome por trás de Dexter, aponta as características da nova tendência. O perfil do público e o jeito de ver TV mudaram radicalmente, sim, mas as séries continuam sendo feitas como antigamente.

– Quando qualquer série começa a envelhecer, as fórmulas passam a soar familiares para quem a acompanha. Aí, você se vê diante de um dilema: tentar surpreender e acabar com algo um pouco diferente ou deixar como está, correndo o risco de se tornar previsível. Nos dois casos, você vai decepcionar alguém – explica Buck, que também assinou atrações como Roma e Six Feet Under.

A respeito de Dexter – o assassino guiado pelo código de ética de seu pai, famoso por matar com requintes de crueldade criminosos que conseguiram escapar da polícia –, Buck admite que a série também teve seus tropeços:

– Era quase inevitável estando há tanto tempo no ar.

Hoje, porém, um telespectador interessado em ver séries não precisa mais acompanhá-las anos a fio. Buck destaca um hábito que cresce entre grupos de fãs: comprar caixas de DVDs ou assinar um serviço como o Netflix (no Brasil, estão disponíveis os episódios de Dexter até a sexta temporada) e assistir a tudo de uma vez só – o que, em inglês, tem até nome, binge-watching. Isso, sim, ele diz, representa um desafio para um roteirista:

– Não faço ideia de quais programas estão no ar, há anos não sei. Porque mesmo que eles não estejam em serviços sob demanda, posso gravar e ver depois. São muito poucos os títulos que me cativam a ponto de me fazer ir para casa na hora em que vão ao ar. É uma tendência que tende a se espalhar. A gente vê exatamente o que quiser.

DIVULGAÇÃO / NETFLIX

Michael C. Hall como o psicopata Dexter: novos fãs depois do fim da série
Foto:  DIVULGAÇÃO  /  NETFLIX


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