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Itapema FM  | 20/02/2014 15h06min

José Padilha revive RoboCop em superprodução que estreia nesta sexta

Produzido pelos estúdios MGM e Sony, filme tem orçamento de US$ 130 milhões

Roger Lerina  |  Rio de Janeiro *

Quase 30 anos depois de pegar geral pela primeira vez no cinema, o RoboCop voltou. Dirigido por José Padilha, o policial do futuro retorna com uma nova armadura e mais questões filosóficas.

A principal novidade de RoboCop, porém, é a dimensão política que o filme acrescenta aos dilemas existenciais do tira de lata no combate ao crime.

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Produzido pelos estúdios MGM e Sony, com orçamento de US$ 130 milhões, RoboCop é a estreia em Hollywood do brasileiro José Padilha, na sequência do sucesso dos dois Tropa de Elite. Para divulgar o filme que chega a cerca de 700 salas do país, houve encontros da imprensa com o diretor e dois atores – o sueco Joel Kinnaman e o norte-americano Michael Keaton. Em um hotel da zona sul do Rio, o trio falou sobre a nova versão da ficção científica dirigida em 1987 por Paul Verhoeven e que nos anos 1990 renderia mais dois filmes de outros realizadores.

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RoboCop é ambientado na Detroit de 2028, quando uma grande corporação de tecnologia robótica enxerga uma oportunidade de faturar ainda mais bilhões fabricando ciborgues para patrulhar as ruas das cidades norte-americanas. O candidato a protótipo escolhido pela empresa de Richard Sellars (Keaton) é o policial Alex Murphy (Kinnaman), ferido gravemente depois de um atentado. Com a ajuda do cientista Norton (Gary Oldman), a OmniCorp cria o RoboCop – metade homem, metade máquina.

– Há algumas dificuldades técnicas de se usar o uniforme do RoboCop. Os movimentos e a forma de demonstrar emoção são diferentes. Tive que usar o rosto, já que o corpo dele é mecanizado. Foi desafiador, especialmente nas cenas mais emotivas, ficar concentrado enquanto as pessoas fazem ajustes na roupa. Fico feliz de ter feito esse personagem agora e não há 10 anos. Acho que não teria paciência nem concentração para isso – disse Kinnaman, que despontou como o protagonista da série The Killing.

Já o simpático e bem-humorado Keaton falou sobre seu personagem, que vai além da mera caricatura de vilão ambicioso, apresentando-se como um empresário de tecnologia visionário, na linha de Steve Jobs:

– A forma como José concebeu o personagem Sellars foi a mesma que a minha. Sellars toma decisões ruins, mas é um cara complexo, que não está interessado em exposição pessoal. Eu realmente nunca vi RoboCop, só algumas partes. Mas também não assisto aos meus filmes. Quando soube que José iria dirigir, pensei: "Quero trabalhar com aquele cara". Ele é incapaz de fazer algo só comum.

Antecipando-se às comparações com o original, Padilha declarou-se fã do filme de Verhoeven – mas sublinhou o viés crítico da nova versão, que mostra robôs norte-americanos controlando os cidadãos de países como o Irã:

– Ignorei as expectativas dos fãs. Primeiro, porque não há uma unidade na massa de fãs, cada um tem uma expectativa. Para mim, o RoboCop tem uma questão filosófica: quando você automatiza a violência, abre as portas ao fascismo. Você vê isso em Nascido para Matar (filme de 1987, de Stanley Kubrick) e em Tropa de Elite. Tentei ser o mais fiel possível a esse conceito. Mas fui além, mostrando a política externa, com robôs controlando a população em Teerã, e o sensacionalismo de direita na TV americana.

* O repórter viajou a convite da Sony Pictures

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