À mesa estavam reunidos: Luís XIV, Mozart, Czares, Catarina, a Grande, Voltaire, Tolstoi, Goethe, Beethoven e os bon vivants Casanova e o Príncipe da Transilvânia. Todos levantam e fazem reverência quando se aproxima ao centro da távola o mais ilustre convidado: o Tokaji!

“O vinho dos reis e o rei dos vinhos” é um tesouro nacional da Hungria, feito com as uvas locais Furmint, Harslevelu e Muscat. A região ímpar com solos vulcânicos onde são plantadas, o clima continental quente e a névoa do rio Tisza geram as condições perfeitas para o surgimento da Botrytis Cinerea. Este é um fungo “do bem” que ataca as uvas apodrecendo-as, desidratando-as e as levando a uma concentração de açúcar maior, culminando na famosa “podridão nobre”.

Depois que as uvas de colheita tardia “botritizadas” produzem o suco, elas são espremidas, fermentadas e transformadas numa polpa açucarada que é acrescida ao vinho base (vinho branco seco não atingido pelo fungo) para criar o nível desejado de açúcar, classicamente medido como puttonyos. Os puttonyos são pequenas tinas de madeira que comportam até 25 litros destas uvas fungadas. Esta classificação por puttonyos varia de 3 (menos doce) a 6 (mais doces) e é referente ao número de recipientes cheios de uva adicionados ao vinho base.

Todo este processo gera um vinho de cor amarelo- dourado denso com tons de laranja, intenso aroma de passas, damasco, mel e nozes. Em boca é volumoso, complexo e muito rico. Esse lendário, inebriante e requintado vinho de meditação pode envelhecer por séculos...Uma verdadeira joia!

SUGESTÃO GOURMET 
Uma avantajada tábua de queijos azuis como roquefort ou gorgonzola com frutas secas.

DICA DE BACO
Tokaji Pendits 6 Puttonyos encontrado na Decanter e o Disznókó Tokaji Aszú Eszencia vendido na Grand Cru.