Karine Wenzel  |  karine.wenzel@diario.com.br

A rede social que reúne amigos e ficou popular no mundo inteiro pode estar com os dias contados. Especialistas apontam que após completar 10 anos de existência, o prazo de validade do Facebook dependerá do engajamento dos usuários. Os indícios para a queda de interesse estariam em dados que mostram que o número de jovens nos Estados Unidos (EUA) que acessam a rede é cada vez menor.

De acordo com pesquisa da consultoria iStrategy, nos últimos três anos o serviço perdeu mais de 6,7 milhões de jovens com idades entre 13 e 24 anos nos EUA. A queda mais significativa foi entre jovens com idades entre 13 e 17 anos (-25,3%).

Em contrapartida, o número de usuários mais velhos que acessam a rede aumentou. A faixa etária entre 25 e 34 anos representou o maior aumento (32%).

Camila Fusco, gerente de comunicação do Facebook Brasil, garante que o número de jovens conectados no país só aumenta.

— Globalmente, o Facebook apresenta uma estabilidade nos números entre os mais jovens. No Brasil, a faixa etária entre 15 e 24 anos é a que mais cresce em número de usuários. Em dezembro de 2012, eram 4,3 milhões de jovens conectados ao Facebook no Brasil através do computador. E esse número foi para 9,4 milhões em dezembro do ano passado — diz.

Rede precisa encontrar o caminho da lucratividade

Para se manter no topo, o segredo está na mobilidade.

— A meta é conectar à internet todas as pessoas que tenham um celular. Tornar acessível o aplicativo do Facebook até para aparelhos mais simples, através de parcerias com operadoras, por exemplo — avalia.

Para Marcos Hiller, coordenador do MBA Marketing, Consumo e Mídia Online da Trevisan Escola de Negócios, o diferencial do Facebook está na área comercial.

— O grande mérito é que ele já foi idealizado com olhar mais mercantil, ao contrário do Orkut, por exemplo. A empresa é uma potência na área de publicidade — destaca.

Conforme Fátima Bana, mestre em comportamento digital do consumidor, a rede precisa encontrar o caminho da lucratividade para se manter em alta.

— Em pouco tempo, o Facebook deve apresentar mudanças para atingir a lucratividade. Integração com plataformas de e-commerce é uma das possibilidades. O sonho deles é ser o ID do usuário na internet — avalia.

Fátima acredita que o maior desafio da rede será criar formas para tornar-se o meio de pagamento na internet.

— Menos de 30% dos usuários colocam o telefone na rede, imagina o número do cartão de crédito — pondera.

DIÁRIO CATARINENSE