Itapema FM | 10/02/2014 17h11min
O diretor José Padilha, aclamado com os dois Tropa de Elite, explora no remake do cult dos anos 1980 Robocop, preocupações existenciais e políticas próprias da atualidade. O filme, que já estreou em algumas regiões do mercado asiático com arrecadação de US$ 5,5 milhões, chega aos cinemas dos Estados Unidos nesta quarta-feira e estreia no Brasil no dia 21. A ação começa em Detroit no ano de 2028, com um programa de televisão do apresentador de ultradireita Pat Novak (Samuel L. Jackson), um aliado da OmniCorp, a megacorporação comandada por Raymond Sellars (Michael Keaton) que fabrica robôs-soldados.
Ao contrário do filme original de Paul Verhoeven, de 1987, nesta versão o exército americano já utiliza os robôs da OmniCorp nos combates no Oriente Médio — apesar dos resultados colaterais às vezes indesejáveis —, mas o uso civil das máquinas está proibido nos “robofóbicos” Estados Unidos, numa referência evidente à discussão atual sobre os drones.
Para satisfazer as inquietações do povo americano, Sellars encomenda a Dennett Norton (Gary Oldman), um cientista eticamente ambíguo, a produção de um policial com a precisão de um robô e as emoções de um ser humano: o resultado é o oficial Alex Murphy (Joel Kinnaman), gravemente ferido e que tem a cabeça amputada e transplantada a um androide.
Para o diretor José Padilha, o momento da utilização de robôs como soldados está próximo.
— Estamos perto do momento em que os robôs substituirão os soldados. Já observamos drones no exterior. Em breve, todos os países terão que decidir se permitirão o uso de robôs nas agências de segurança. Será necessário legislar sobre o que será permitido e o que não será. Vai acontecer. Ambientamos o filme em um momento no qual os Estados Unidos já decidiram que não permitirão robôs policiais. E como a corporação quer vender seus robôs deve buscar uma maneira de evitar a lei (...) e colocar um homem dentro da máquina — disse à imprensa o cineasta carioca de 46 anos, que dirige o primeiro filme nos Estados Unidos.
Com menos cenas de ação do que os fãs do gênero estão acostumados, Robocop já começou a receber elogios. O crítico Guy Lodge, da revista Variety, destacou: “Este remake é mais inteligente do que se esperava e repara boa parte do dano que o justiceiro de punho de aços sofreu pelas estúpidas sequências e spin-offs.” (AFP)
Confira o trailer do filme:
Nesta versão o exército americano já utiliza os robôs da OmniCorp nos combates no Oriente Médio
Foto:
comingsoon.net
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reprodução
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