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Itapema FM  | 08/02/2014 12h07min

Woody Allen nega abuso contra filha e acusa ex-mulher de manipulação

Diretor respondeu à primeira manifestação pública de Dylan Farrow

O cineasta e escritor Woody Allen rebateu na sexta-feira a acusação de abuso sexual contra sua filha, Dylan Farrow, em um longo artigo publicado no jornal The New York Times. A suspeita, levada aos tribunais no início dos anos 1990, voltou à tona recentemente, após Allen ser homenageado no Globo de Ouro. Na ocasião, o seu filho Ronan Farrow publicou uma crítica irônica no Twitter, o que foi seguido por uma carta aberta de Dylan, hoje com 28 anos, relatando publicamente ter sido molestada quando tinha 7 anos.

>> Mia Farrow revela que seu filho pode ser de Frank Sinatra

Em sua carta-resposta, que o diretor avisa ser a sua "palavra final" sobre o assunto, Allen diz que "21 anos atrás, quando ouvi que Mia Farrow (sua ex-mulher) havia me acusado de abuso infantil, achei a ideia tão absurda que nem pensei duas vezes", escreveu o artista, chamando atenção para o conturbado fim de relacionamento que os dois viviam na época e que, segundo ele, deixa "transparente" e "óbvia" a "malevolência" da atriz.

De acordo com Allen, a acusação é uma manobra vingativa de Mia Farrow, cuja filha adotiva, Soon Yi-Previn, acabaria se casando com o diretor, num relacionamento que se estende até hoje.

Allen afirma que sequer contratou um advogado criminal na época, "ingenuamente" confiante de que o "bom senso" prevaleceria. Ainda segundo o cineasta, Dylan Farrow negou ter sido molestada para o primeiro médico que a examinou. A criança teria sido convencida da história após ir "tomar sorvete" com a mãe.

O diretor também menciona que passou em um teste com detector de mentiras, o que teria sido evitado por Mia. Woddy ataca a atriz, que estrelou 13 de seus filmes, dizendo que ela teria tentado forçar uma ex-namorada sua a prestar falso testemunho, alegando que o envolvimento com Allen teria se desenrolado quando ela era menor de idade.

A peça mais contundente que o diretor levanta em sua defesa é a conclusão de um grupo de investigadores da clínica para casos de abuso sexual infantil do hospital de Yale-New Haven. Os profissionais avaliaram que Dylan não foi abusada sexualmente e que a história era, provavelmente, uma mistura da confusão emocional de uma criança diante de uma família conturbada e da influência de Mia Farrow. Allen não menciona que o juiz, à época, não aceitou essas conclusões, construídas sem o envolvimento de psicólogos nem psiquiatras. As notas do grupo teriam sido destruídas, e nenhum deles testemunhou em corte.

Ainda em sua carta, Woody Allen se defende da desaprovação pública à sua relação com Soon-Yi, iniciada quando ela tinha pouco mais de 20 anos. O cineasta lembra que o critério não é o mesmo para julgar a relação de Mia Farrow com Frank Sinatra quando a atriz tinha 19 anos.

O diretor procede a lamentar a sua exclusão da vida dos filhos. Segundo ele, repetidas tentativas de conviver com as crianças foram barradas por Mia Farrow. O filho mais velho do casal, Moses Farrow, hoje terapeuta, acabou se reaproximando do pai, e também repercute a versão de que Mia incutia nas crianças o ódio por Allen. Já Ronan Farrow aparece na carta-resposta como alguém que Allen não teve a oportunidade de conhecer. O cineasta não perde a chance de alfinetar a ex-mulher lembrando as dúvidas que pairam sobre a filiação de Ronan, que pode ser fruto da relação adúltera de Mia com Frank Sinatra:

"Se for verdade, o que isso quer dizer? Que durante toda a custódia Mia mentiu sob juramento e apresentou falsamente Ronan como o nosso filho? (...) De novo, quero chamar a atenção para a integridade e a honestidade de uma pessoa que conduz a sua vida assim", escreve Allen.

O diretor nova-iorquino termina o seu relato lamentando a situação:

"É claro que não molestei Dylan. Eu a amava, e espero que um dia ela perceba o quanto foi privada de ter um pai carinhoso e explorada por uma mãe mais interessada em seu próprio ódio purulento do que no bem-estar da filha. (...) Soon-Yi e eu ambos esperamos que um dia ela entenda quem realmente a vitimou e se reaproxime da gente, como Moses fez, de forma amável e produtiva. Ninguém quer desencorajar as confissões de vítimas de abusos, mas é preciso ter em mente que às vezes há pessoas falsamente acusadas, e isso também é terrivelmente destrutivo", conclui Allen, cujo filme mais recente, Blue Jasmine, recebeu três indicações ao Oscar.

ZERO HORA
Divulgação / Agencia RBS

De acordo com Allen, a acusação é uma manobra vingativa de Mia Farrow
Foto:  Divulgação  /  Agencia RBS


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