Se existe um vinho que nos remete às flores e ao charme da Belle Époque durante a estação mais quente do ano é o beaujolais.

O vinho tinto beaujolais é feito com a uva Gamay, casta clássica que traz muito aroma de frutas vermelhas frescas, taninos macios, alta acidez e baixo teor alcoólico. Essa variedade de uva produz grandes bagos gerando vinhos mais leves, repousando mais na elegância do sabor do que na força, como nos cafés-concertos com música de ritmo suave nos belos boulevards de Paris.

Na região de Beaujolais, localizada no extremo sul da Borgonha, existe o casamento perfeito da uva com a terra argilo-arenosa granítica, considerada mística pelos franceses. A Gamay gera um vinho vivaz, frutado e delicado que escorrega na garganta, mas suas características variam a depender do terroir onde é plantada. Na porção mais argilosa ao sul, tem-se um vinho mais simples, já na parte norte, rica em solo arenoso e granito, a uva amadurece em perfeição.

O mais famoso desses vinhos é o Beaujolais Nouveau, pronto pra beber em poucas semanas após a colheita, mas prefiro o Beaujolais Villages por sua qualidade e requinte superior. Ainda são produzidos em 10 pequenas comunidades da região, os Beaujolais Crus, com estilos e características próprias. A Gamay também se dá muito bem na Suíça e no Vale do Loire.

Esse vinho sedoso, de cor vermelho-rubi leve, com discreto condimento e farto em aromas de violeta, não é apenas um vinho pra bebericar, mas sim pra beber em generosos goles e com o coração! Santé!

Sugestão Gourmet
Cuscuz de frango com legumes variados.

Dica de Baco
Maison Coquard Beaujolais (1) encontrado na Decanter e o Bouchard Beaujolais Moulin-à-Vent, (2) na Grand Cru, em Florianópolis.