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Itapema FM  | 04/02/2014 22h12min

Fãs e amigos se despedem de Philip Seymour Hoffman

Um memorial foi montado na entrada do prédio onde o ator morreu, no último domingo

"Sua Morte de um Viajante foi a noite mais mágica que eu tive no teatro. Descanse em paz", diz um bilhete anônimo escrito a mão junto com uma rosa branca na porta do prédio de Manhattan onde o ator americano Philip Seymour Hoffman, de 46 anos, foi encontrado morto no domingo.

O bilhete lembra da atuação de Seymour Hoffman na Broadway na obra do dramaturgo americano Arthur Miller, e que lhe valeu a indicação ao Prêmio Tony de Melhor Ator em 2012 por sua interpretação de Willy Loman, o personagem principal do drama.

Buquês de flores, velas, fotos, um bonequinho de neve, garrafas de cerveja vazias: o pequeno memorial montado dos dois lados da entrada do número 53 da Bethune Street, no elegante bairro de West Village, é discreto e não atrai multidões. Um policial toma conta do lugar discretamente.

O estilista e ator amador Forest Young, de 38 anos, chega, deixa flores e fica olhando por um tempo, sem dizer nada.

– Vim lhe prestar uma homenagem. Espero que seja lembrado por seu trabalho e por seu compromisso com a arte, por seus filmes e pelo modo como chegava nas pessoas. Não se pode pedir mais do que isso de um artista – diz à AFP esse morador do bairro.

– Sabia que estava lutando contra o vício, mas, ao mesmo tempo, acho que todos os grandes artistas exploram os limites da condição humana. Fazem isso porque podem – acrescenta ele, referindo-se aos problemas de drogas de Hoffman, aparentemente vítima de uma overdose de heroína.

A estudante de dança Anna Zekan, de 22 anos, não traz nada, mas também para por alguns momentos e tira fotos. Ela diz ser uma admiradora do ator, preferindo Capote, no qual Seymour interpretou o famoso escritor e ganhou a estatueta do Oscar de melhor ator.

Anna, que há seis meses chegou a Nova York vinda de Oregon (oeste), conta que não conseguia acreditar quando soube da notícia.

– É inacreditável. Ele era muito aberto sobre sua luta (contra as drogas), mas você nunca espera que vá acontecer algo assim com alguém que é tão bem-sucedido e que está trabalhando tão bem – comentou.

No bairro, low-profile e respeito

Considerado um dos atores mais respeitados de Hollywood após mais de 50 filmes em 20 anos de carreira, Seymour Hoffman havia se separado recentemente da mulher, a estilista Mimi O'Donnell, mãe de seus três filhos (de 10, 7 e 5 anos) e com quem vivia em uma casa na Jane Street, perto do apartamento alugado no qual foi encontrado morto.

Um dos lugares onde costumava ir com os filhos era o café Chocolate Bar, na Oitava avenida. Aberta há 12 anos e há seis nesse endereço, a loja encarna o espírito de muitos lugares de West Village: pequena, acolhedora, com um toque artístico, mas também burguês.

A jovem por trás do balcão começa a falar sobre as visitas do ator com os filhos até ser interrompida por outro funcionário: "Não falamos sobre o assunto".

Hoffman e sua família "eram parte da comunidade" do West Village, disse no domingo à AFP uma moradora do bairro que se identificou como Janine, acrescentando que costuma cruzar com ele e as crianças no calçadão às margens do rio Hudson.

Segundo a imprensa local, vários amigos famosos passaram nos últimos dias pela casa de Jane Street. Entre eles, esteve a atriz australiana Cate Blanchett, que levou presentes para os filhos de Hoffman.

A necropsia para determinar as causas da morte começou na segunda-feira. A Polícia de Nova York confirmou ter encontrado heroína junto com o ator.

AFP
Stan Honda / AFP

Forrest Young, um fã de Philip Seymour Hoffman, coloca flores em um pequeno memorial na porta do prédio onde o ator morreu
Foto:  Stan Honda  /  AFP


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