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Itapema FM  | 02/02/2014 19h44min

Amigos, colegas e celebridades repercutem a morte do cineasta Eduardo Coutinho

Morto neste domingo, o cineasta Eduardo Coutinho motivou comentários de amigos e colegas de profissão e personalidades do cinema.

"A morte do Coutinho é uma tragédia do cinema brasileiro, ele é um dos maiores documentaristas do mundo, um grande pensador do cinema. Não tinha um filme dele que não surpreendia a gente. E só ele sabia fazer o que ele fazia. Muita gente tentava imitar o Coutinho. O trabalho dele parecia simples, mas os filmes deles eram muito sofisticados."
Jorge Furtado, cineasta

"Conheci o Eduardo Coutinho no CPC da UNE em 1962, quando produzimos junto o 5 x vezes Favela. Desde então ficamos muito amigos e comecei a acompanhar a carreira dele de perto. Foi um dos cineastas mais inteligentes que conheci e o maior documentarista que o Brasil já teve, sem dúvidas. Ele já tinha uma certa idade, mas se renovava sempre. Estou chocado, pois ele era uma pessoa absolutamente calma e tranquila. É uma perda muito grande para o cinema brasileiro."
Cacá Diegues, cineasta

"Pô, o Eduardo Coutinho não Deus. Você tá de sacanagem? E os Sarneys por aí?! E depois dizem que você é brasileiro. Lo siento, pero después de eso sólo puede ser argentino (Sinto muito, mas depois dessa só pode ser argentino). Uma perda irreparável pro Brasil e creio que, pro mundo todo."
Alexandre Nero, ator

"Eduardo Coutinho é um cabra marcado para viver. Para sempre. Esta tragédia pessoal com ressonâncias gregas interrompe uma biografia única, mas não coloca um ponto final."
Alberto Dines, jornalista

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"O Cabra marcado para morrer meio que sintetiza todos os ideais de um documentário no Brasil, que é trabalhar a história do país, a intimidade das pessoas e o cinema, tudo numa amálgama só. E, depois, ele reabilitou a entrevista no documentário brasileiro. Durante algum tempo, a entrevista foi considerado um recurso ultrapassado, totalmente fora de cogitação para um documentário. E o Coutinho mudou isso, e criou um tipo de cinema que é quase sinônimo do cinema brasileiro contemporâneo."
Carlos Alberto Mattos, crítico

"Seus filmes e suas lições de vida irão permanecer. Antes de ser documentarista, ele foi um grande roteirista, como por exemplo do Dona Flor e seus dois maridos, de 1976. Sem sombra de dúvidas, foi um dos grandes cineastas que esse Brasil teve. Vai deixar uma grande saudade e lacuna. A violência com que ele morreu é o que me deixa mais chocado."
Silvio Tendler, cineasta

"Coutinho, imensa perda para a criatividade e inteligência brasileiras. Que final trágico para quem amava contar as histórias dos outros."
Marcelo Tas, jornalista

"Ele é uma figura fundamental no documentário brasileiro e no cinema brasileiro de um modo geral, com reconhecimento nacional e internacional. Acho que ele foi o melhor entrevistador que já vi. Era capaz de conversar com as pessoas e tirar delas emoções e sentimentos, mais do que apenas informações. As melhores entrevistas dele eram com pessoas comuns, não com autoridades ou com figuras que tivessem informações oficiais. Ele conseguia desenvolver um grau de intimidade com os entrevistados muito grande, as pessoas abriam o coração para ele. Ele dizia que o segredo dele era que sabia ouvir. Ele primeiro sentava, não fazia nada de pé. Se a pessoa acendesse um cigarro, ele acendia outro. Se a pessoa oferecesse um café, ele aceitava. O tempo que ele dava para o entrevistado é o que fazia a diferença no trabalho. Entrevistas normalmente são rápidas, o entrevistador normalmente quer tirar logo o que precisa dos outros. E ele era uma pessoa muito paciente."
Carlos Gerbase, diretor de cinema e professor de comunicação

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