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Itapema FM  | 31/01/2014 07h03min

Chef angolana Kukas Crespo traz a influência portuguesa para a cozinha

Bacalhau é o carro-chefe do restaurante Açor, no Pântano do Sul, em Florianópolis

Maíra Ferraz  |  maira.ferraz@diario.com.br

Conhecer a chef do Restaurante Açor, em Florianópolis, é lembrar um pouco da história. Após conquistar a independência do domínio português, em 1975, a Angola virou palco de intensa guerra civil. A realidade conturbada impulsionou Kukas Crespo (foto), naquela época com 17 anos, a mudar-se com a família para o Rio de Janeiro. Mas, após alguns anos, foi Florianópolis que ela escolheu como casa.

- A Ilha se assemelha muito a Luanda (capital da Angola) e no mesmo instante sabia que seria minha nova casa - disse ao Gastronomia.

Inaugurou com a prima um bar na Lagoa da Conceição, em 1991, chamado Catsby, mais conhecido como o bar das angolanas, que funcionou por nove anos e também onde conheceu o marido, o paulistano Pedro Mesquita. Logo cansou de trocar a noite pelo dia e decidiram juntos abrir o Açor, em 1999, no Balneário dos Açores, Pântano do Sul.

- Sempre adoramos o Sul da Ilha e imaginamos que um lugar lindo como aquele merecia uma boa comida - acrescentou Pedro Mesquita.

O mais curioso é que Kukas não sabia cozinhar até o restaurante abrir.

- Tive que inventar comidas. Minha mãe havia ensinado o básico, mas eu aprimorei as receitas dando meu toque - disse a chef.

Seu perfeccionismo e as influências gastronômicas da colonização portuguesa no país onde nasceu transformaram o local em um reduto dos amantes da comida típica e do bacalhau preparado à perfeição.

Os clientes são assíduos e vêm de todos os cantos do mundo. O sucesso internacional chamou a atenção do canal Discovery Travel & Living, que escolheu o Açor para um documentário como um dos restaurantes com excelência nos serviços para atender turistas internacionais.

 

O bacalhau é o carro-chefe do local, mas no menu há uma diversidade de outros pratos. Para acompanhar, um bar completo comandado por Pedro (foto) oferece drinques clássicos, além de vinhos e espumantes.

Para os leitores do Gastronomia, a chef ofereceu duas receitas que fazem sucesso no local.

Prato típico da cozinha portuguesa batizado com o nome de seu autor, dono de um restaurante tradicional do Porto.

Bacalhau à Zé do Pipo

Ingredientes
• 1 lombo (500g) de bacalhau dessalgado
• 500ml de leite
• 1 cebola média
• 2 dentes de alho
• 1 folha de louro
• 4 colheres de sopa de azeite extravirgem
• 8 azeitonas pretas
• maionese (suficiente para cobrir a posta)
• 500g de purê de batatas
• pimenta do reino a gosto

Modo de preparo
• Coloque o bacalhau em uma panela e cubra com o leite. Cozinhe por 15 minutos e reserve. À parte, doure as cebolas, o alho e o louro no azeite.
• Acrescente a pimenta do reino a gosto. Retire o louro. Arrume o bacalhau num refratário e espalhe por cima o refogado. Cubra com maionese. Coloque o purê em saco de confeitar e, com o bico, enfeite as laterais com o purê. Leve ao forno até gratinar. Decore com as azeitonas pretas.

Receita: fácil
Serve: 2 pessoas

Cocada de ovos

 
Fotos: Charles Guerra/Agência RBS

Ingredientes
• 500g de açúcar
• 200ml de água
• 500g de coco ralado
• 8 gemas

Modo de preparo
• Ferver a água com o açúcar até fazer uma calda. Deixar esfriar. Misturar o coco e as gemas com a calda e servir.

Receita: fácil
Serve: 5 pessoas

Charles Guerra / Agencia RBS

Kukas fugiu da Guerra Civil Angolana em 1975 e escolheu Florianópolis para viver e criar seus pratos
Foto:  Charles Guerra  /  Agencia RBS


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