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Itapema FM  | 26/01/2014 17h31min

Último capítulo da cultuada série "Sherlock", sucesso da BBC, vai ao ar nesta segunda-feira no Brasil

Episódio de estreia da terceira temporada chegou a 12,72 milhões de espectadores

Atualizada em 02/07/2014 às 11h54min FêCris Vasconcellos  |  fecris.vasconcellos@zerohora.com.br

Correção: O filme "Álbum" de Família não concorre ao Oscar de Melhor Filme, ao contrário do que divulgado nesta notícia das 17h30min do dia 26 às 10h30min do dia dia 27.

Em Londres, há placas azuis redondas em frente às casas de pessoas famosas que já morreram. Não é diferente no sobrado 221b da Baker Street, onde se lê "Sherlock Holmes Consulting Detective 1881 – 1904".

Esse é o tamanho do personagem de Arthur Conan Doyle na cultura inglesa: o de uma pessoa real.

Holmes tem uma nova vida desde 2010 na série Sherlock, da BBC One, que virou o maior sucesso de audiência daquele canal na história – o episódio de estreia da terceira temporada, exibido no primeiro dia deste ano, chegou a 12,72 milhões de espectadores, segundo o canal. O último capítulo dessa parte da saga vai ao ar no Brasil nesta segunda-feira (27/1), às 22h, no canal de TV a cabo BBC HD.

Não é só o detetive que é rodeado de mistérios. Sherlock, o seriado, também não é peça fácil de desvendar, e talvez seja esse o seu maior mérito. Quem é fã dos livros de Conan Doyle (1859 – 1930) e conhece bem as histórias percebe que a adaptação para a TV consegue entregar grande fidelidade a situações e personagens originais. Ainda que traga os mistérios de Holmes e Watson para o contexto atual, mais de cem anos depois de as histórias terem sido escritas, a trajetória para a solução dos crimes não força a barra do verossímil em nenhum momento.

– As histórias de Conan Doyle nunca foram sobre casacos e lampiões, são sobre dedução brilhante, vilões terríveis e crimes de gelar o sangue. Outros detetives têm casos. Sherlock Holmes tem aventuras  – diz o criador da série, Steven Moffat, no site da BBC One.

Os menos letrados na saga do detetive também se divertem, já que o roteiro bem costurado, a montagem ágil e as belas – e frias – imagens de Londres envolvem o espectador em uma hora e quinze minutos de tensão e cérebro trabalhando intensamente para tentar acompanhar a aguçada capacidade de investigação de Holmes – sem sucesso, é claro. Não por acaso, Moffat também é o responsável por outro grande sucesso da televisão inglesa: o longevo seriado Doctor Who. Ele, a mulher, Sue Vertue, e Mark Gatiss – que, além de escrever, interpreta o irmão de Sherlock, Mycroft Holmes – tocam a produção. A quarta temporada está confirmada para 2015, um alívio para os fãs, já que o hiato entre a segunda e a terceira temporadas foi de quase dois anos.

Não foram só crítica e público ingleses que se apaixonaram por Sherlock. Exibida nos Estados Unidos pelo canal de TV PBS, a série conquistou também os americanos – além de muitos brasileiros. O ator Benedict Cumberbatch, que interpreta o protagonista, e Martin Freeman, que vive Watson, estiveram em grandes produções de Hollywood recentemente. Cumberbatch pode ser visto em Além da Escuridão – Star Trek e no drama Álbum de Família. Já Freeman está em toda a série O Hobbit, na qual interpreta Bilbo Baggins.

Para quem ainda não teve a chance de assistir a Sherlock, as opções – bem como as razões para fazê-lo imediatamente – são variadas. As duas primeiras temporadas já podem ser encontradas em DVD e Blue-Ray e estão disponíveis também para os assinantes do Netflix.

Campeão da razão

Carlos André Moreira

Os leitores do século 19 amavam Sherlock Holmes. Os do século 21 ainda o amam, mesmo que seu contato com ele seja antes pela TV e pelo cinema do que pelos livros de Conan Doyle. O motivo continua o mesmo: Sherlock é a personificação sobre-humana do pensamento lógico. O que mudou foram as ressonâncias provocadas pelo contexto em que se dá essa admiração.

No passado, o detetive atraía seus primeiros leitores por oferecer o vislumbre de um futuro de amplo progresso material e tecnológico. O personagem surge algumas décadas depois de a Inglaterra treinar sua primeira geração de “investigadores científicos”, policiais dedicados a métodos lógicos de combate ao crime. Sherlock é o paroxismo desse tipo de investigador – o homem que sabe tudo, ou pode descobrir tudo.

Em nosso confuso século 21, quando a grande sensação é de que não se sabe nada e de que sempre existe alguém melhor informado em algum lugar, Sherlock apela ao público pelo claro saudosismo de um tempo idílico em que um personagem como ele podia ser imaginado.

SEGUNDO CADERNO
Divulgação / BBC

Ator britânico Benedict Cumberbatch, que dá vida à mais nova encarnação de Sherlock Holmes, cruzou o Atlântico e tornou-se uma das apostas de Hollywood
Foto:  Divulgação  /  BBC


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