O petróleo, a tecnologia e o culto ao consumismo dominam a cena na terra do Tio Sam, mas quem rege a orquestra das gargalhadas por lá é a uva Crljenak Kaštelanski.
Ué, que raio de uva é essa? A casta Zinfandel, enraizada na costa do pacífi co americano, em Sonoma, na Califórnia, que tem esse nome esquisito que parece ter saído de algum fi lme de fi cção interplanetária à lá Star Wars.
Com origem na Croácia, por muito tempo foi tida como típica dos Estados Unidos até que se descobriu ser a mesma uva chamada Primitivo plantada no calcanhar da Velha Bota, na Puglia italiana. Sua origem croata na costa da Dalmácia se deu recentemente por meio de testes de DNA.
Essa uva californiana queridinha e símbolo da América faz vinhos tintos de primeira classe, de cor vermelho granado, fruta vermelha madura em boca e aromas complexos no nariz, com toques de ameixa e pimentão verde. Tem alto teor de álcool, o que suaviza os taninos encorpados, e possui potencial para um envelhecimento longo, mas de tão bom será difícil guardá-los!
Faz-se com essa uva também vinhos rosé fáceis de beber e brancos com caráter mais doce e suave. Em outros países como Chile, Nova Zelândia, França e Itália se produz Zinfandel com qualidade. Mas foi na região de Sonoma que ela encontrou as características de solo, microclima e de sol necessárias para se cultivar e tornar a produção desse vinho fascinante, uma verdadeira “Corrida do Ouro” moderna da viticultura. Cheers!

DICA DE BACO
Redtree Zinfandel (1) encontrado na Grand Cru e o Zinfandel Sinfarosa (2) vendido na Decanter, em Florianópolis.

SUGESTÃO GOURMET 
Um bom pedaço de maminha e algumas linguicinhas grelhadas na churrasqueira.