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 | 31/12/2013 07h05min

As opções para escapar das filas nas estradas catarinenses

Trajetos auxiliares podem facilitar o retorno dos visitantes que passaram o fim de ano no Litoral

Joice Bacelo e Kiara Domit  |  joice.bacelo@diario.com.br e kiara.domit@diario.com.br

Com a chegada das festas de fim de ano o mesmo drama se repete no Sul do Estado: o grande fluxo de pessoas que passam pelos trechos não duplicados da BR-101 e ficam horas presas no trânsito próximo ao acesso à ponte de Laguna e ao Morro dos Cavalos. São quilômetros de filas que se complicam ainda mais com o calor intenso da estação mais quente do ano.

Diante da situação, visitantes e moradores têm feito a mesma pergunta antes de ir para a estrada: o que fazer para evitar perder entre três e quatro horas de viagem– tempo levado para percorrer trechos que, em circunstâncias normais, poderiam ser feitos em 20 minutos?

Com durações e aspectos bastante diferentes entre si, cinco trajetos alternativos têm sido utilizados para tentar evitar os congestionamentos.

Equipes de reportagem do Diário Catarinense testaram as opções durantes os dias que antecederam o Réveillon, nos quais a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou filas de até 15 quilômetros. Confira os prós e os contras de cada um dos desvios.

Pescaria Brava: o mais rápido


A principal via de acesso ao Bairro Laranjeiras, em Pescaria Brava, adjacente à BR-101, tem acesso no quilômetro 322, onde as filas costumam começar. A rua é estreita, de chão batido e tem o terreno bastante acidentado. A saída fica no Morro do Bananal, bem próximo à cabeceira Sul da Ponte da Cabeçuda, mas a principal dificuldade é retornar para a fila. É necessário ainda ter cuidado com o trânsito de pedestres. O trecho, de cerca de seis quilômetros, pode ser feito em até 30 minutos.

No caminho é comum encontrar moradores revoltados com a passagem dos veranistas, usando mangueiras para molhar a via e os carros, ou pacificamente pedindo dinheiro para quem passa. Não raro, o motorista passa também por fiscalizações da Polícia Militar e condutores no sentido contrário, fazendo sinal para os outros voltarem, acreditando que quem passar por ali será multado ao final do trecho. De acordo com a própria polícia, ninguém deverá ser multado por simplesmente trafegar na via.

Via Tubarão e Imbituba: baixo fluxo de veículos


O desvio pela SC-437 só vale para quem estiver viajando para o Sul (por ser bem mais curto, o de Pescaria Brava é a melhor opção para quem segue sentido Norte) e, ainda assim, se for percorrido durante o dia. Todo o percurso – que passa por quatro rodovias estaduais (além da SC-437, tem a SC-436, SC-435 e SC-370) – tem 100 quilômetros e a viagem completa leva cerca de 2 horas 30 minutos.

No primeiro trecho, que liga Imbituba a Imaruí, as condições são boas. Apesar de pista simples e pouco espaço para acostamento, o asfalto é bom e a pista bem sinalizada – além do fluxo moderado de veículos. O problema começa depois de Imaruí, na SC-436: são 27 quilômetros de estrada de chão. A pista estreita e cheia de curvas não permite velocidade acima de 40 km/h.

Ao cruzar o município de São Martinho, o motorista retorna para a pista asfaltada. Dali são 53 quilômetros até Tubarão. Uma rodovia de pista simples, com pouco fluxo, sinalizada e com pavimento bem conservado (com exceção ao trecho mais próximo a Tubarão, que apresenta buracos e falhas no asfalto).

Via Tubarão e Palhoça: dois desvios em um


A mais longa das rotas alternativas à BR-101 Sul tem 150 quilômetros, de Palhoça a Tubarão. Se optar pelo caminho, o motorista consegue escapar dos dois principais pontos de congestionamento: Laguna e Morro dos Cavalos. São cerca de quatro horas para percorrer todo o desvio – praticamente o mesmo tempo que se leva apenas para atravessar os trechos de lentidão da 101. Há, porém, um ponto contra: 46 quilômetros de estrada de chão.

Nos dias de mais movimento, o trânsito na BR-282 (início da rota, para quem trafega sentido Sul), entre Santo Amaro da Imperatriz e a Grande Florianópolis, é lento. O fluxo mistura turistas argentinos, com os do oeste do Rio Grande do Sul e também inclui quem vem da Serra catarinense. Além disso, existem cinco pontos de fiscalização eletrônica (com limite de velocidade entre 50 e 60 Km/h). Portanto, o percurso de 27 quilômetros, que levaria cerca de 40 minutos, pode se estender por até uma hora.

Até São Bonifácio, já pela SC-435, o asfalto apresenta boas condições (apesar da ausência de acostamento na pista) e a paisagem é deslumbrante – com direito à parada no mirante com vista para uma cachoeira que se estreita entre as montanhas.

Os problemas começam depois de São Bonifácio, quando se inicia o trecho de chão (sinuoso, com partes esburacadas e trechos de pista muito estreita). Com uma velocidade média de 40 km/h (considerada segura para o trecho), leva-se cerca de 1 hora 30 minutos para percorrer os quase 50 quilômetros da estrada de chão.

Balsa de Laguna: o mais bonito


Outra opção é a balsa de Laguna, que funciona 24 horas na temporada de verão. Quem vem do Sul, passa pelo Centro de Jaguaruna para chegar até o porto da balsa, onde se faz a travessia, que dura entre 5 e 10 minutos. O tempo de espera varia de acordo com as filas no porto, mas costumam ser consideravelmente menores que as filas da BR-101. O tempo total do desvio pode durar até 1 hroa 30 minutos e a tarifa é de R$ 9 para automóveis.

A beleza é um dos principais benefícios da rota. É possível conhecer cidades da região e reabastecer as energias em restaurantes locais. No entanto, essa opção é para quem não está com pressa. Além disso, problemas de sinalização aparecem no trajeto de volta, de Laguna em direção a BR-101. De qualquer forma, se fosse para escolher, o motorista Everaldo Dias tomaria a balsa para fugir do congestionamento:

— Na BR você fica meia hora vendo o mesmo vendedor de espetinho. Pela balsa é um passeio legal, você se distrai, tem uma vista bonita.

Alternativa para os gaúchos
Por Vanessa Franzosi - Chefe de Reportagem do Diário Catarinense

Quem viaja a Santa Catarina vindo do Rio Grande do Sul também pode usar como rota alternativa a BR-116 e a BR-282 cruzando as serras gaúcha e catarinense. Apesar de o trajeto parecer desgostoso pelas curvas, tem sido melhor atravessar essas rodovias sem congestionamentos do que gastar horas em filas da BR-101.

O trajeto entre Florianópolis pela BR-282 passa por Lages e chega a Vacaria (RS), na BR-116. Essa viagem da capital catarinense até Caxias do Sul (RS) tem 446 quilômetros de extensão. Respeitando os limites de velocidade, reduzidos nas rodovias sinuosas, o percurso é feito em seis horas tranquilamente, com paradas em bons restaurantes e lancherias. O que também compensa é a paisagem formada por cânions, verdes morros e plantações.

O caminho entre Florianópolis e Caxias do Sul feito pela BR-101 e pela Rota do Sul tem 464 quilômetros, mas esbarra nos gargalos do Morro dos Cavalos, Tubarão e Laguna, o que pode prolongar a viagem para mais de oito horas em dias de grande fluxo.

A opção é válida até mesmo para quem segue de Florianópolis a Porto Alegre, e vice-versa. Entre as duas capitais, percorre-se 572 quilômetros pelas rodovias RS-122, BR-116 e BR-282. A distância pela Serra é 113 quilômetros maior do que pelo litoral, mas sem congestionamentos.

Pontos positivos: não há congestionamento e a paisagem é belíssima.

Pontos negativos: entre Caxias do Sul e Florianópolis há três pedágios, e há movimento de caminhões.

DIÁRIO CATARINENSE
João Soares / Agencia RBS

Movimento intenso na SC-401 em direção às praias do Norte da Ilha
Foto:  João Soares  /  Agencia RBS


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