Itapema FM | 18/11/2013 09h46min
Se estivesse vivo, o artista alemão Hugo Calgan certamente comemoraria o restauro de sua obra que perdura há 131 anos. Encomendado pela diretoria da Sociedade, o primeiro ponto cultural dos imigrantes alemães que chegaram a Joinville, hoje Harmonia-Lyra, ele resistiu a muitos bailes, limpezas, ação do tempo e processo mal sucedidos de restauros.
O painel de óleo sobre tela com medidas generosas – são mais de três metros de óleo sobre tela – foi beneficiado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), com R$ 29,8 mil destinados para a restauração, iniciada na semana passada.
Conhecido informalmente como Pano de Boca do Teatro da Harmonia Lyra, utilizado literalmente como pano de fundo em peças teatrais e orquestras, a tela funcionava também como uma espécie de cortina, sendo dobrada e utilizada em diversas ocasiões. Medindo 2,40 x 3,92m, a tela retrata Willian Shakespeare e a rainha Elizabeth 1ª da Inglaterra em um jardim interno, cercado de folhagens e flores, um pavão e outros personagens.
A estimativa é que o processo de restauração dure até seis meses, segundo o restaurador de bens móveis Alexander Matile. O processo de restauração é dividido em etapas. A primeira, já iniciada é a limpeza química, um trabalho extremamente minucioso, feito com uma solução líquida e aplicada com uma haste de madeira e algodão por toda a extensão, na frente e atrás da tela.
De acordo com Matile, o período de conclusão é de aproximadamente um mês. Depois de limpo, é feita a avaliação das tintas, que serão importadas da Itália. Por último, será realizada a reintegração da pintura, processo que deve durar quatro meses. A moldura foi afetada pela ação dos insetos e será restaurada com aplicação de massa nos pontos destruídos pelos cupins e nova imunização.
— A tela teve um desgaste muito grande, perdas, restauros. Vai ser um trabalho bem complexo — explica.
Um dos integrantes da diretoria da Harmonia, o advogado Alvaro Cauduro explica o trabalho de restauro será documentado por fotos, para criar um acervo e memória da obra. A ideia é que depois de pronta, a tela fique exposta para visitação do público, principalmente para crianças e estudantes e para resgatar o espírito de espaço cultural que o local assumira desde a criação.
— Temos consciência da importância cultural da tela, como patrimônio para a sociedade — argumenta.
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