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 | 06/11/2013 19h25min

"As drogas e o álcool atrapalharam, mas agora estou bem e cheio de vontade"

Músico lageano abre o jogo sobre a sua vida, está se cuidado e otimista quanto ao futuro

Atualizada às 19h25min Pablo Gomes  |  pablo.gomes@diario.com.br

Na entrevista a seguir concedida ao Diário Catarinense na Pousada Refúgio do Lago, em Lages, Daniel Lucena fala sobre os problemas que teve com álcool e drogas, sobre o atual momento na vida, a recuperação da saúde, o novo disco e os planos para o futuro. 

* DC: Qual é a sensação de ser homenageado ainda em vida com um documentário sobre você, uma vez que a maioria desses trabalhos conta a história de pessoas que já morreram?

LUCENA: Sabe que é meio estranho? Já estão adiantando as coisas, é? (risos). Mas falando sério, é meio difícil explicar. Só agora estou tendo a noção de ter um nome. Acho muito legal, fico lisonjeado e orgulhoso. É excepcional e diferente, pois é um dos poucos em que o homenageado está vivo. Ainda não vi o filme, e estou com medo de passar mal na hora. 

* DC: Muito se brinca com a expressão “a sua vida daria um filme”. E a sua, de fato, deu um filme. O que ela tem de tão especial?

LUCENA: É difícil eu me olhar como artista. Eu me vejo como um ser humano qualquer. Mas isso deve ser pelas minhas músicas. Um reconhecimento pela minha arte. As pessoas me veneram, mas eu nunca estive preparado para isso. Eu não me coloco nesse estereótipo. A minha música vai muito mais longe do que eu. É o meu modo de encarar a vida. 

* DC: O nome do documentário é “Certos Amigos”. O que essas duas palavras representam para você?

LUCENA: Quem tem amigos não precisa de mais nada na vida. Meus amigos são meu maior tesouro. Amigo é um achado. Amigo é família. Fiz “Certos Amigos” em homenagem a um amigo que foi assassinado ao separar uma briga. Cheguei a ter mais de 30 gravações diferentes da mesma música com orquestra de São Paulo e corais do Paraná e Rio Grande do Sul. Junto com “Nas manhãs do sul do mundo”, “Certos Amigos” é a principal referência do meu trabalho. Gosto muito dessa música, e o nome do filme reuniu todo esse sentimento. 

* DC: Se você fosse produzir uma autobiografia, o que destacaria?

LUCENA: Eu não deixaria nada de fora, nem as partes decadentes. Eu abriria o jogo e contaria as coisas boas e ruins. Minha vida foi muito louca. Acho meio megalomaníaco escrever sobre si mesmo, mas gosto muito de ler e pensaria em algo para acrescentar às pessoas. 

* DC: Até que ponto o álcool, as drogas e os excessos “queimaram o seu filme”?

LUCENA: Esse lance de drogas é muito controverso. Como saber se não passar por elas? Cada um com a sua vivência. Em termos de saúde, atrapalharam bastante, principalmente o álcool, que era meu café da manhã, almoço e janta. Também podem ter atrapalhado profissionalmente, pois eu não tinha muita responsabilidade, e até hoje não tenho (risos). O álcool faz parte da história da humanidade e é bom para quem saber beber. Eu não aprendi a usar direito e tenho que ficar na minha, por isso estou sem beber há quase quatro meses. 

* DC: Como você está hoje e o que anda fazendo?

LUCENA: Estou bem e cheio de vontade. Fiz uma operação no joelho e uma na vista. A diabetes é decorrente da minha vida louca. Desde julho estou me cuidando em Florianópolis. Faz tempo que estou escrevendo alguma coisa e me preparando. Sonho em fazer um livro sobre a história regional. Seria um romance histórico citando o caminho das tropas, uma ficção com fundo histórico. Estou criando. Faço muitas músicas por encomenda e distribuo outras. E faz seis anos que estou fazendo o disco que vou lançar neste fim de semana. As coisas estão acontecendo na hora certa, e acho que agora vou dar um pulo legal na minha carreira. 

* DC: Do que se trata o seu novo disco?

LUCENA: Quando eu comecei a fazer ainda não tinha meu segundo filho, e hoje ele já está com seis anos e meio (risos). O nome é “Sete Ventos”. É um disco duplo com 34 músicas, umas 30% conhecidas. São músicas de amor, um rock romântico, bem estilo Daniel Lucena. 

* DC: Apesar de ser um trabalho solo, tem como falar de Daniel Lucena sem falar de Expresso Rural?

LUCENA: Impossível. Tudo que acontece de bom comigo se deve ao Expresso. Quando eu parei para me cuidar, em julho, a banda parou junto para me esperar. Assim como o Roupa Nova, nós tocamos para o nosso público. Temos um show no próximo dia 15 no John Bull (Florianópolis). 

* DC: E o que vem pela frente na vida de Daniel Lucena?

LUCENA: É só esperar passar essa onda maior com o filme e o novo disco, que é mais acústico, e já no ano que vem quero fazer outro. Já tenho material para isso. Vou fazer algo mais pop e dançante em estúdio para tocar nas rádios.

>>> Lançamento do filme "Certos Amigos"

* Sexta-feira, 8 de novembro de 2013
* 20h
* Cine Marrocos
* Rua Jorge Lacerda, ao lado do INSS, no Centro de Lages
* Ingressos a R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia)

>>> Lançamento do CD "Sete Ventos"

* Sexta-feira, 8 de novembro de 2013
* 23h30min
* Galpão Bar Gaúcho
* Avenida Duque de Caxias, em frente ao Café Pinhão, no Bairro Frei Rogério

>>> Veja abaixo os dois trailers do filme

DIÁRIO CATARINENSE
PABLO GOMES / Agencia RBS

Daniel Lucena garante que está há quatro meses sem beber e planeja um grande salto na carreira
Foto:  PABLO GOMES  /  Agencia RBS


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