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Itapema FM  | 05/11/2013 14h40min

Humberto Gessinger lança quinto livro e primeiro CD solo, em Florianópolis

Sessão de autógrafos e bate-papo ocorre nesta terça-feira

Camila Maurer  |  variedades@diario.com.br

Autoral até os ossos, na definição dele próprio. Um artista que sabe, como poucos, escrever com ritmo e compor com literatura. Humberto Gessinger, que ganhou fama como líder da banda Engenheiros do Hawaii, agora mostra as faces de escritor e músico ao mesmo tempo com o lançamento simultâneo de dois novos trabalhos: o livro Seis Segundos de Atenção e o CD Insular.

O livro é o quinto lançado por ele e consiste em uma coletânea de crônicas reeditadas a partir de textos publicados em seu blog. Elas tomam como ponto de partida passagens corriqueiras da vida do autor e fazem reflexões sobre o tempo e o processo criativo. Ora irônico, ora poético, sempre genuíno. Bem ao estilo que o deixou famoso.

Insular é o primeiro disco solo da carreira do artista, que não lançava músicas inéditas há 10 anos. Nesse trabalho, Gessinger une seu talento ao de grandes nomes da música gaúcha, como Luis Carlos Borges, Bebeto Alves, Nico Nicolaieswsky e Frank Solari.

Gessinger conversa com os fãs catarinenses hoje à noite na Capital, em sessão de autógrafos que marca o lançamento do CD e do livro. Antes disso, ele concedeu entrevista ao DC sobre os novos trabalhos, sua relação com a literatura e perspectivas para seu futuro musical.

Em que momento da vida você percebeu que poderia também ser escritor?
A palavra escrita é anterior à palavra cantada na minha vida, mas demorei muito a publicar. O primeiro livro (Meu Pequeno Gremista) é o menos autoral dos cinco que já lancei (por fazer parte de uma coleção infanto-juvenil sobre clubes brasileiros), mas foi ele que quebrou o gelo, abriu as portas.

Seus livros são repletos de reflexões pessoais e passagens autobiográficas. Você acredita que esse estilo o aproxima do público?
Mesmo quem acompanha minha carreira musical há muito tempo diz sentir uma proximidade maior ao ler meus livros. É algo que tenho ouvido com frequência. Um pouco disso é consequência natural do formato. A literatura une a solidão de quem escreve com a solidão de quem lê, enquanto na música nem sempre há esta introspecção. Mas acho que a maneira como escrevo também é uma das causas dessa sensação.

Suas composições têm muito de literárias e suas crônicas têm muito de musicais. Essas características são intencionais? A música o ajuda a escrever melhor, e a literatura, a compor melhor?
Sim, são dois galhos da mesma árvore, e eles se realimentam. A palavra é muito importante na minha música assim como o ritmo é importante no meu texto. Começar a publicar meus escritos ajudou minha música, criou outra ponte, sinto que o fluxo ficou mais suave.

O que o motivou a lançar um disco solo desta vez?
No início eu não sabia se as canções acabariam num disco dos Engenheiros do Hawaii ou do Pouca Vogal. Com o tempo, saquei que elas pediam ambientes diferentes, várias formações. Gravei com companheiros de duas fases dos Engenheiros do Hawaii, além de outros músicos que admiro muito.

Foi só por isso, por não haver uma banda fixa me acompanhando no álbum inteiro, que resolvi lançar o Insular como trabalho solo. Assim, sem querer, acabei descobrindo um ambiente mais natural, em que me sinto mais à vontade. Confesso que cada vez faz menos sentido para mim o astral juvenil que cerca bandas, gangues e cada vez me dá mais prazer juntar indivíduos para fazer música. O nome Insular vem daí. Acho que todo artista cria um mundo próprio com sua arte, uma ilha. O legal é criar pontes entre essas ilhas, conectá-las, sem que cada artista/ilha perca o que tem de mais particular.

Alguma esperança para quem aguarda novos trabalhos do Engenheiros do Hawaii e do Pouca Vogal?
Se vier a acontecer, não será num futuro próximo. Insular é uma síntese de tudo que fiz até agora, quero viver este momento com a mesma intensidade com que vivi outros. No fim das contas, os rótulos ficam pelo caminho e a música segue.

Agende-se

O quê: sessão de autógrafos e bate-papo com Humberto Gessinger
Quando: terça-feira, às 19h
Onde: Livraria Catarinense do Beiramar Shopping (Rua Bocaiúva, 2.468, Centro, Florianópolis


Seis Segundos de Atenção
. De Humberto Gessinger. Editora Belas Letras. 168 págs. R$ 34,90 (preço médio)


Insular
. De Humberto Gessinger. Gravadora Stereophonica. 12 faixas. R$ 29,90 (preço médio)

VARIEDADES DC
Glaucio Ayala / Divulgação

Gessinger: palavra e ritmo se complementam em suas obras
Foto:  Glaucio Ayala  /  Divulgação


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