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Itapema FM  | 14/10/2013 10h43min

Lenine sobre o projeto "The Bridge": "É sensacional ver músicos de nacionalidades tão diferentes reunidos por causa de uma música"

O músico chega a Florianópolis nesta quinta-feira, dia 17, para se apresentar com a orquestra do maestro holandês Martin Fondse

Marina Martini Lopes  |  marina.lopes@itapemafm.com.br

Lenine está feliz da vida. Este ano tem sido para o músico recifense uma grande festa: completando 30 anos de carreira, Lenine brinca que 2013 está sendo um ano de 'comemória' ou de 'celembração' - misturas das palavras 'comemoração' e 'memória', 'celebração' e 'lembrar'. De fato, são muitas as histórias a ser lembradas e comemoradas na carreira de Lenine; assim como são muitos os projetos que o músico atualmente leva adiante. O que está prestes a chegar a Florianópolis, nesta quinta-feira, dia 17 de outubro, é The Bridge, uma parceria com o maestro holandês Martin Fondse e sua orquestra, que, depois de uma muito bem-sucedida turnê pela Europa, viajam pelo Brasil na companhia de Lenine. O nome do projeto é uma referência à ponte Maurício de Nassau, em Recife, uma réplica perfeita de uma ponte sobre o rio Amstel, de Amsterdã, e um dos marcos da relação histórica entre Brasil e Holanda. Em entrevista exclusiva à Itapema, Lenine brincou que um show com esse nome não poderia deixar de passar por Florianópolis, uma cidade que tem uma relação tão forte com as suas próprias pontes. "A cidade tem uma empatia muito grande a música A Ponte", explicou o músico. "Sempre que eu me apresento aí, se eu não toco essa música, dá briga."

Confira a entrevista completa:

Itapema: Primeiro, é claro, eu gostaria que você falasse um pouco sobre o projeto The Bridge, que vai apresentar aqui em Florianópolis. Como surgiu? Como foi que você e o Martin Fondse se encontraram? De quem foi a ideia do conceito, do nome?
Lenine: Eu e o Martin temos amigos em comum. Acho que as pessoas envolvidas com música sempre acabam se encontrando, em eventos, em festivais, e de vez em quando se aproximam. Nós conversamos e tivemos essa ideia, começamos a desenvolver o conceito. A partir daí foi muito fácil escolher o nome, porque eu já tinha a música A Ponte, né? E eu acho que de certa forma ela explicita a ideia do projeto - que não é só a ideia da ligação entre o Brasil e a Holanda, mas também do não-isolamento da própria música. Depois disso nós entramos no processo de escolher músicos que se adequassem à orquestra, porque essa orquestra tem uma sonoridade muito peculiar.

Itapema: Como foi a turnê pela Europa?
Lenine: Foi muito, muito bacana. Trabalhar com o Martin é maravilhoso. Tanto que a ideia original era fazer a turnê só na Europa, mas eu fiquei tão comovido, tão emocionado com o resultado, que insisti em trazer o show para o Brasil. Eu queria tanto dividir isso com os brasileiros quanto proporcionar aos músicos essa viagem pelo Brasil, fazer com que eles conhecessem um pouco do que nós temos por aqui. Além do Martin, nenhum deles nunca tinha vindo ao Brasil. [Martin fala português, e é casado com uma nipo-brasileira] E não foi fácil fazer isso, porque são vários músicos, e existe uma agenda, né, um calendário. Então a gente teve que achar uma brecha que servisse para todo mundo.

Itapema: Quantos músicos são, no total?
Lenine: Ih, uma turma, um bocado de gente. (risos) Deixa eu ver... (Lenine faz uma pausa e conta os instrumentos, um a um) Dez músicos. Contando comigo, são onze. É bastante gente. Mas eu fiquei feliz de a gente conseguir levar o show para Floripa. Você não achar fundamental que um projeto chamado The Bridge se apresente em Floripa? (risos) A cidade tem uma empatia muito grande com essa música, A Ponte. Sempre que eu me apresento aí, se eu não toco essa música, dá briga. (risos) E eu mesmo tenho uma relação forte com a cidade, me sinto em casa em Floripa.

Itapema: A última vez que você se apresentou em Florianópolis foi em dezembro do ano passado, com a turnê Chão. É muito diferente fazer um show assim, mais intimista, com a sua banda, e um com uma orquestra?
Lenine: Até é, mas música é música. Acho que a música não carece de adjetivos - ou rola, ou não rola. E quando rola não restam dúvidas ou perguntas. No fim das contas, é sempre coletivo, entende? Só precisa ter empatia.

Itapema: Aliás, na turnê de Chão, você estava se apresentando ao lado do seu filho, o Bruno. Como é essa experiência? Como você se sente fazendo música ao lado dele?
Lenine: Ah, é muito bacana. E combina muito com esse show. No disco Chão, eu escolhi trabalhar sem percussão, então eu tive oportunidade de exercitar os sons do cotidiano, botar esses sons para cumprir as funções rítmicas da percussão e da bateria. O próprio disco já é mais intimista. Acho que esse show é o meu mais íntimo, em que tudo está bem exposto no palco.

Itapema: Essa turnê também comemora os seus 30 anos de carreira. Como você se sente com isso?
Lenine: Eu tô feliz da vida. Eu nunca tinha parado para olhar para trás, não. Mas esse ano, é, como eu digo, um ano de 'comemória', que é uma mistura de 'comemoração' com 'memória'. Ou de 'celembração', porque, além de celebrar, eu preciso lembrar. (risos) Então eu olhei para trás e gostei do que vi. Percebi que é tudo muito passional; que tem uma carga de carinho, de afeto, que ficou de cada pessoa que fez parte dessa história. Tem sido um ano de muito trabalho. De muito 'chão'. (risos) Mas é maravilhoso. E também é bom para mensurar o que eu faço, e perceber que eu continuo acreditando que o que eu faço vai além do entretenimento: tem a ver com educação, com arte.

Itapema: E como foi escolher, entre todas as músicas dos seus 30 anos de carreira, aquelas que iam formar o repertório da turnê?
Lenine: Ah, mas eu vou trocando o chip. Eu troco de chip toda semana. (risos) É sempre um repertório diferente.

Itapema: Para depois de Chão e de The Bridge, você já tem algum outro projeto em mente?
Lenine: Não, não. Eu só penso no presente. No máximo na semana que vem. Agora é que eu tô trocando o chip para o show de Floripa... (risos)

Itapema: Para finalizar: o que o público que for assistir The Bridge pode esperar?
Lenine: Olha, a moçada que me conhece sabe que eu não sou de fazer feio. Esse encontro é maravilhoso. É um exercício de uma música livre, libertária, e que não leva necessariamente o passaporte de algum lugar. As minhas composições foram só o estímulo para a expressão de várias pessoas. E é sensacional ver músicos de nacionalidades tão diferentes e escolas tão distantes, todos reunidos por causa de uma música.

 

Serviço
Lenine e Martin Fondse Orchestra no show "The Bridge"
Quando: Dia 17 de outubro, quinta-feira, às 23h (abertura da casa às 22h)
Onde: Espaço Floripa (Avenida Paulo Fontes, 1250, Centro), em Florianópolis
Pontos de venda de ingressos: Bilheteria do Espaço Floripa, site Blueticket
Informações: Espaço Floripa - 3354-9874 / Produção local - 9934-1681
Realização: Jurerê Jazz
Promoção: Itapema FM 30 Anos

ITAPEMA FM
The Bridge / Divulgação

Depois de uma muito bem-sucedida turnê pela Europa, a orquestra do maestro Martin Fondse viaja pelo Brasil na companhia de Lenine
Foto:  The Bridge  /  Divulgação


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