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Itapema FM  | 11/10/2013 16h03min

Seriado de terror "Haunting Melissa" explora a produção de conteúdos exclusivos para dispositivos móveis

Sob forma de aplicativo para smartphones, seriado mostra garota impactada pela morte da mãe

Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

No meio da madrugada, o celular começa a piscar e uma voz fantasmagórica ecoa, chamando por Melissa. Calma, não são seus amigos bêbados tentando lhe pregar uma peça – é apenas o expediente utilizado pelo seriado Haunting Melissa para avisar que um novo capítulo está disponível para ser assistido.

A notificação espectral está entre os vários diferenciais da produção, a começar pelo seu formato: um aplicativo para smartphones. Disponível para o sistema iOS (iPhone e iPad), Haunting Melissa pode ser baixado de graça na App Store trazendo os três primeiros capítulos (de um total de 11) de graça. No episódio de estreia, somos apresentados à tal Melissa, garota ainda impactada pela morte da mãe que começa a observar estranhos fenômenos em sua casa – vozes, vultos, aparelhos que ligam sozinhos, o pacote completo.

E daí começa a graça: os outros episódios (de 20 minutos cada) são disponibilizados à revelia do usuário, com a tal voz do além chamando pela pobre guria. Depois de assistir aos três primeiros vídeos – suficientes para aguçar no espectador a vontade de levar sustos –, é preciso mexer no bolso para continuar a saga de Melissa ou participar de ações via redes sociais. Uma vez baixados, os capítulos ficam armazenados no celular e podem ser assistidos a qualquer momento, sem necessidade de conexão – conversando, assim, com o gigantesco e crescente mercado de smartphones, que, só no Brasil, registrou um aumento de 86% em vendas no primeiro trimestre de 2013.

– De acordo com o Pew Research Center's Internet & American Life Project, 40% dos adolescentes americanos possuem smartphone e 25% possuem tablets. Se esses dados estiverem corretos, Haunting Melissa poderá ajudar a redesenhar a forma como consumimos narrativas seriadas – aponta Sheron Neves, mestre em Estudos Televisivos e professora de Transmídia da ESPM.

Mas Melissa não caminha totalmente no escuro. Segurando sua mão está Neal Edelstein, que em 2012 fundou a Hooked Digital Media, empresa voltada para produzir conteúdo audiovisual para tecnologia mobile. O rapaz tem experiência: como produtor, trabalhou com David Lynch e fez as duas versões do terror japonês O Chamado para Hollywood. Agora, aposta no fim da TV como a conhecemos, como conta na entrevista concedida por e-mail:

– Você acha que o adolescente americano médio sabia em qual canal passava Breaking Bad? Ele ia direto no Google ou na App Store para assistir! Este é um dos desafios que os canais de televisão enfrentam hoje: redes com décadas de tradição significam pouco para uma geração de consumidores que está mais preocupada com conteúdo do que com formato.

Edelstein está otimista com Haunting Melissa e acredita que seu modelo deverá ser seguido em breve pela concorrência – inclusive apostando em outros gêneros.

– O gênero do horror é perfeito para a experiência porque os dispositivos móveis são muito pessoais e hipnotizantes, mas qualquer outro pode funcionar.

Para Sheron, o modelo, mesmo nos EUA, ainda é limitado e precisa de mais tempo para mostrar se vai de fato pegar e virar uma tendência. Mas nada impede que se torne popular, inclusive no Brasil.

– Um estudo realizado pela Accenture mostrou que os brasileiros são um dos povos mais dispostos a pagar por conteúdo online sob demanda. Se o conteúdo for exclusivo, bem feito, interessante e bem promovido, acho que tem chance, sim – analisa.

Veja o trailer:

SEGUNDO CADERNO
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