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Itapema FM  | 07/10/2013 14h57min

Homenageado em Frankfurt, Brasil investe R$ 18 milhões para promover autores nacionais no Exterior

Mais importante feira do livro do mundo começa na quarta e vai até domingo

Luiza Piffero  |  luiza.piffero@zerohora.com.br

Imagine 14 campos de futebol, agora retire a grama verde e coloque um público de 300 mil profissionais do mercado editorial circulando entre 7,5 mil expositores de 110 países.Esse é o tamanho da vitrine que terá o Brasil, país homenageado da Feira de Frankfurt em 2013, que vai de amanhã até o domingo.

Com enfoque estritamente comercial, o evento atrai editoras de todo o mundo para comercializar direitos de publicação de seus livros em outros países. A partir de 2011, quando foi anunciada a homenagem ao Brasil na feira, mais de 200 títulos brasileiros, entre lançamentos e reimpressões, foram traduzidos para o alemão. Estimativas do Brazilian Publishers (BP) – iniciativa para promoção internacional do setor desenvolvida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) – indicam que a participação no evento deve proporcionar um incremento de 3% a 7% nas exportações brasileiras de direitos autorais nos próximos 12 meses.

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Para garantir que as atenções se voltem para a literatura brasileira, já que o país é o homenageado da Feira de Frankfurt, os ministérios da Cultura e das Relações Exteriores estão investindo R$ 18 milhões. Frequentadora veterana da Feira – já foram 11 edições –, a editora Caroline Chang, da L&PM, percebe o resultado desses esforços:

– Desde que o Brasil foi definido como homenageado, os editores começaram a buscar autores brasileiros para publicação no Exterior – diz.

Entretanto, na sua opinião, o caminho que o país tem a percorrer ainda é longo:

– A quantidade de autores publicados fora é irrisória. Além da barreira da língua, são poucas as editoras com departamentos especializados em vender seus autores para fora.

Entre o conjunto de ações que o governo brasileiro está patrocinando na Feira, está incluído o patrocínio do envio de 70 escritores para a Alemanha. Cinco dos autores nesta comitiva são do Estado – Cíntia Moscovich, João Gilberto Noll, Michel Laub, Veronica Stigger e o paulista radicado no Rio Grande do Sul Daniel Galera.

A representação brasileira já criou polêmica antes da abertura da Feira. Na semana passada, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung assinalou a incongruência de uma lista que continha apenas um autor negro (Paulo Lins, de Cidade de Deus) e um indígena (Daniel Munduruku, autor de 43 livros), mas pretendia representar a diversidade da literatura brasileira. Diante de acusações de racismo na curadoria, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, explicou que a prioridade foi dada a autores já traduzidos, sem critérios étnicos.

– O Brasil vive um momento de transformação e, nas próximas gerações, teremos número maior de negros participando. Hoje, infelizmente, não temos – disse.

Também indignado com a seleção,Paulo Coelho se recusou a participar da Feira. Seu motivo foi outro: apontou que a lista era quase inteiramente composta por nomes desconhecidos que não representavam o país. Declarou ser inaceitável a ausência dos escritores sucesso de público como Eduardo Spohr, Thalita Rebouças, André Vianco e Raphael Draccon. Nos últimos dias, circulou o boato de que Coelho queria tratamento especial por ser o autor brasileiro mais vendido no mundo, como ser responsável pelo discurso de abertura – que será realizado por Luiz Ruffato e Ana Maria Machado. Em nota divulgada no fim de semana, o autor negou o pedido de tratamento especial.

SEGUNDO CADERNO
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