Há 45 anos, quatro rapazes da periferia de Birmingham, na Inglaterra, chutavam o lema "paz e amor" dos hippies para trazer ao mundo uma sonoridade mais pesada e sombria do rock. O estilo, personificado nos passos duckwalk de Chuck Berry, no balanço da pélvis de Elvis e no sucesso dos Beatles e dos Rolling Stones, daria luz à um novo subgênero musical: nascia o Black Sabbath  - nome inspirado no filme de terror do diretor Mario Bava. Chega agora ao Brasil, pela editora Universo dos Livros, uma biografia completa, comemorando os 45 anos de história da banda e a vinda do quarteto ao Brasil, na semana que vem.

Com depoimentos dos integrantes e trechos de críticas, o livro Black Sabbath revisita todos os álbuns grupo, as polêmicas, o consumo excessivo de drogas, os problemas pessoais e as crises criativas. O primeiro álbum trazia o nome da banda, as letras obscuras de Geezer Butler, os acordes distorcidos de Tony Iommi e a cozinha pesada de Bill Ward, tudo casado com a voz de Ozzy Osbourne. O disco vendeu um milhão de cópias, consolidando o heavy metal. Os quatro álbuns seguintes confirmariam o estilo, lançando os hits Paranoid, Iron Man, War Pigs, Sweet Leaf, Snowblind e Sabbath Bloody Sabbath. "As pessoas dizem que a gente inventou o heavy metal, mas, bom, é impossível para uma banda pensar: 'Ok, nós vamos começar esse tipo de música, e daqui a 45 anos seremos considerados reis desse negócio'", afirmou Ozzy à revista Rolling Stone brasileira, em junho deste ano. "Isso foi o que a imprensa e as pessoas colocaram na gente. Não foi intencional de nossa parte."

As desavenças pessoais e o próprio desgaste criativo fizeram com que Ozzy deixasse o Sabbath em 1978. Com a entrada do carismático Ronnie James Dio, veio a energia extra que originou os lançamentos de Heaven And Hell e Moby Rules. Em 1983, Ian Gillan assume os vocais na gravação de Born Again, naquele que seria o último suspiro criativo da banda. Glenn Hughes, Ray Gillen, Tony Martin e Dio novamente foram os donos das vozes entre 1985 e meados de 2000, uma fase que pode ser definida como uma tentativa de dar uma sobrevida ao Black Sabbath, sendo Tony Iommi o único integrante original a não abandonar o barco. Apenas Reunion, de 1998, é uma exceção: como o próprio nome diz, o álbum reúne novamente a formação original para shows e o posterior lançamento de um disco ao vivo.

A volta definitiva ao estúdio veio somente neste ano, com o lançamento de 13, com os três integrantes originais e Brad Wilk, do Rage Against The Machine, assumindo as baquetas. Billy Ward não quis retornar à antiga banda por problemas processuais. Como define Ozzy, "desde que saí da banda, ninguém toca o Sabbath como o Sabbath. É uma química que funciona." E a alquimia está de volta. Quatro décadas e meia depois de sua estreia, o Black Sabbath continua reinando soberano como referência para bandas e movimentos roqueiros e influência para novos apreciadores do metal.

Ficha Técnica
Livro "Black Sabbath"
Editora: Universo dos Livros
Número de Páginas: 184
Preço: R$ 34,90