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Itapema FM  | 01/10/2013 17h55min

Com disco solo recém-lançado, Rodrigo Amarante faz show na Capital dia 31

"Cavalo" marca estreia da nova fase da carreira do ex-integrante da banda Los Hermanos

Fernanda Oliveira  |  fernanda.oliveira@diario.com.br

Um álbum melancólico e alegre, econômico e detalhista, atual e nostálgico. Primeiro trabalho solo de Rodrigo Amarante, ex-integrante do Los Hermanos que se apresenta em Florianópolis dia 31, Cavalo é reflexo de um "inesperado porém muito bem-vindo exílio" - como o próprio músico descreve - nos EUA.

A temporada de pelo menos quatro anos em Los Angeles, onde mora atualmente, tem sido tudo menos ociosa para o carioca. De 2009 para cá, ele fez parte do hoje inativo trio Little Joy com Fabrizio Moretti (Strokes) e Binki Shapiro; gravou com Adam Green e recentemente passou a integrar a banda de Devendra Banhart - quase todos eles agora fazem participações em Cavalo.

O currículo recente, somado à conhecida trajetória do Los Hermanos, rendeu crédito para vender a turnê: o disco nem havia sido lançado e Rodrigo já tinha shows agendados em oito capitais brasileiras. No dia 23 de setembro, as 11 faixas inéditas foram disponibilizadas para download e liberadas gratuitamente em streaming no Soundcloud e Deezer.

No disco, gravado em um galpão em Los Angeles, quase tudo foi tocado por Amarante. No show ele toca guitarra e piano, além de cantar, e tem a companhia de Rodrigo Barba (bateria), Gabriel Bubu (guitarra e baixo), Gustavo Benjão (guitarra e baixo) e Lucas Vasconcellos (teclados). Leia entrevista com o músico abaixo.

Cavalo. De Rodrigo Amarante.
Som Livre. 11 faixas.
US$ 9,99 (à venda no iTunes)

>> Ouça o disco:



Na carta que publicou no Facebook você diz que o disco foi feito em um exílio inesperado. As letras em inglês e francês têm a ver com esta condição da "solitude de ser estrangeiro"?

Essas outras línguas estão no disco como consequência de eu ser estrangeiro e têm a ver com a solitude na medida em que é através da língua do outro que o estrangeiro se expressa, então está aí o principal viés da sensação de separação do resto das pessoas. Mas é tudo muito maravilhoso. Digo solitude, e não solidão, por querer convir não a tristeza dessa condição mas justamente a coisa boa que vem disso, que é ter uma nova perspectiva de quem se é, de quem se quer ser, uma visão nova de si. Claro que o fato de eu querer escrever para aqueles com quem vivo me levou também a escrever na língua deles, e esse desafio me pareceu irrecusável.

Como é o show deste disco, que é ao mesmo tão econômico em alguns aspectos e detalhista em outros? Você conta com banda e coro, por exemplo?

Eu tenho uma banda sim, e os detalhes com sorte vão estar lá, é essa a ideia. Aliás, minha "ideia" ainda tem acento agudo apesar da tentativa dos revisores de cortar esse braço otimista da palavra que aponta pro céu como que dizendo "eureca", não é erro, é opção. Assim como meu vôo ainda tem o bico de quem nos ensinou a voar. Enfim, digressões à parte, a gente tem feito o possível pra reproduzir o que está no disco, inclusive os coros.

Há alguns anos você tem se mostrado próximo de um certo grupo de músicos dos Estados Unidos, seja no Little Joy, gravando com Adam Green ou tocando na banda do Devendra Banhart. Como é sua relação com esse cenário e em que medida essa música influencia a sua?

Tudo o que aprecio me influencia. Influência é afeto, então todos os que estão perto ou longe, amigos ou mestres inalcançáveis, se dividem como influência. Meu jeito de escrever é muito diferente do de Devendra ou Adam, mas nós compartilhamos muitas das nossas referências e afetos. Então estamos afinados em alguma medida. O Noah Georgeson é um elo entre esses que você mencionou. É quem produziu os discos do Devendra, do Adam Green que eu fiz com ele, do Little Joy e o meu, então ele também é parte importante desse grupo heterogêneo mas muito afim.

Faz alguns dias que o Little Joy anunciou no Facebook que vai voltar, agora com o nome Hot Danny. O que vem a ser essa mudança?

É boato.

Todo músico que lança trabalho solo, depois de se tornar conhecido como parte de uma banda, acaba levando consigo alguns ouvintes, admiradores e curiosos. Como você vê essa relação entre o seu público e o público do Los Hermanos?

Meu público eu vou formar agora, começando com esse disco. Imagino que os fãs do Los Hermanos fiquem curiosos de ver o que estou fazendo, mas não tenho a pretensão de trazer aquele público comigo, porque o meu disco é bastante diferente e porque sei que o que aconteceu com o Los Hermanos é uma coisa especial que tem a ver com nós quatro, com a banda e o momento. Eu vou praí ver quem é esse meu público, essas pessoas. Estou ansioso pra conhecê-las.

Agende-se
O quê: show de Rodrigo Amarante
Quando: dia 31 de outubro, às 21h
Onde: Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura - CIC (Av. Gov. Irineu Bornhausen 5.600 Agronômica, Florianópolis)
Quanto: R$ 100 (plateia superior) e R$ 120 (plateia inferior) no Blueticket e bilheteria do CIC. Clube do Assinante: R$ 80 e R$ 100. Meia-entrada apenas na bilheteria do teatro

 

VARIEDADES DC
Elliot Lee Hazel / Divulgação

Rodrigo Amarante: "Estou ansioso para conhecer o meu público"
Foto:  Elliot Lee Hazel  /  Divulgação


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