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Itapema FM  | 22/09/2013 17h52min

Cidade cenográfica de "O Tempo e o Vento" precisará ser reconstruída para virar atração turística em Bagé

Casarões apresentam janelas com vidros faltando, paredes envergadas e pintura descascada

Júlia Otero / Bagé  |  julia.otero@zerohora.com.br

Já faz mais de um ano que a cidade cenográfica de Santa Fé foi erguida no Parque do Gaúcho em Bagé para as filmagens de O Tempo e o Vento.

E, por ironia, são justamente o tempo e o vento que têm marcado o cenário de construções que ambientam a época em que se situa a história de Erico Verissimo, adaptada por Jayme Monjardim – e em cartaz nos cinemas desde sexta-feira (20/9).

Os casarões que formam o cenário apresentam janelas com vidros faltando, paredes envergadas e pintura descascada, revelando as placas de OSB (espécie de compensado). Pudera: o material utilizado tem a durabilidade adequada somente para o período de filmagem – no caso, foram 45 dias. Uma casa ao estilo colonial, por exemplo, foi montada usando compensados com pintura própria para dar ideia de alvenaria. Com muita manutenção, é possível manter as construções em pé por pelo menos três anos.

Diante da fragilidade e da baixa durabilidade dos materiais, a ideia é colocar abaixo todas as 17 construções que estilizam o século 19 e reerguê-las com alvenaria para durar. Isso fará com que a cidade tenha condições de se transformar em um centro cultural e turístico. O plano, idealizado pelo coordenador de arte e cenografia do filme, Mauro Moreira, prevê até que as construções sejam abertas para visitação com atrações como museu, igreja, comércio e figurinos e acessórios do filme, entre outros.

No entanto, para que saia do papel é necessário que a prefeitura de Bagé contrate uma empresa de arquitetura ou engenharia que calcule o valor da obra. Só depois desse passo inicial será possível inscrever a iniciativa em editais federais para captar recursos – o orçamento total é de mais de R$ 8 milhões. Apesar de o projeto inicial estar pronto há mais de cinco meses, a prefeitura ainda não fechou contrato com qualquer empresa.

– Não temos prazos específicos para fechar esse contrato. A assessoria jurídica da prefeitura está cuidando do assunto – afirma Julio Oliveira, coordenador da cidade cenográfica de Santa Fé.

O diretor da Panda Filmes, Beto Rodrigues, que ajuda na captação de recursos para o centro, é mais otimista e acredita que pode ser que haja uma parceria com uma empresa de arquitetura, já que um dos entraves para a contratação é o custo da elaboração do projeto, estimado em cerca de R$ 50 mil. Com a aproximação do lançamento do filme, a prefeitura formou um grupo gestor para tentar agilizar alguma manutenção na cidade:

– Estamos primeiramente fazendo um levantamento do que é preciso para depois consertar com a técnica necessária – explica a arquiteta Joelma Silveira, uma das integrantes do grupo.

SEGUNDO CADERNO
Bruno Alencastro / Agencia RBS

Materiais usados nos casarões do cenário do filme têm curta durabilidade
Foto:  Bruno Alencastro  /  Agencia RBS


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