Karina Sérgio Gomes  |  karina.gomes@an.com.br

O que um espetáculo precisa ter para encantar as crianças? O músico Paulo Tatit, do Palavra Cantada, tem a resposta na ponta língua: “É a questão harmônica. Letra só interessa quando a gente está contando uma história”.  Paulo e Sandra Peres são referência em música para criança. A parceria começou em 1994 e resultou na gravação de treze  CDs, seis deles premiados.

E os pequenos — e os já crescidos — poderão ser cativados no show Aventuras Musicais,  que o Palavra Cantada e apresenta neste domingo, no Centro de Convenções, Exposições e Eventos — Expoville.

No palco, Sandra e Paulo se transformam em Sandreca e Pauleco, cantando, dançando e interagindo com as projeções e seus brincantes Daniel Ayres, Julia Pittier, Marina Pittier e Estevão Marques.
 
Este novo show, tem direção da dramaturga Marília Toledo, com músicas inéditas e grandes sucessos, em um cenário especial com projeções em lighting mapping – técnica em vídeo que cria uma sensação extremamente realista de imagens em 3D.

Entrevista

 

Anexo — Como surgiu o Palavra Cantada?
Paulo Tatit — Eu e a Sandra percebemos que não havia muitos CDs de música de ninar no Brasil. E decidimos compor música de ninar modernas ligadas à cidade. E o público recebeu isso muito bem. E demos continuidade com Canções para Brincar e Cantigas de Roda

Anexo — Compor músicas para criança é mais difícil?
Tatit — A gente está sempre observando.  A cada disco,  a gente dá uma prioridade. Em Pé com Pé,  priorizamos a percussão. Já em Meu Neném, instrumentos étnicos. Estamos sempre fazendo pesquisas sonoras. Uma melodia infantil que brinque com as palavras. A mensagem tem que ser mais clara e direta. Não pode ser algo que  só o adulto vai perceber.

Anexo — Nesse show, vocês estão usando mais elementos tecnológicos, como projeção.  Como foi pensar nesse show?
Tatit — Sentimos a necessidade de ocupar melhor o palco, porque estamos fazendo cada vez shows maiores. Nesse show, estamos usando imagens do nosso DVD – que estamos lançando agora – para já dar um gostinho ao público.

Anexo — E qual é o segredo para manter as crianças ligadas durante 1h30 de show?
Tatit — Nós sempre tentamos surpreender com um artifício musical. Numa música, vai uma pessoa na frente cantar sozinha ou alguém vai tocar um instrumento. Precisa ser algo dinâmico. Tem que ter pique, envolvimento familiar. O show tem que parecer pequeno e ser grande ao mesmo tempo. Procuramos por esse equilíbrio.

Anexo — Hoje, há mais pessoas fazendo música para criança. Adriana Calcanhotto e o Pato Fu se dedicaram a esse público recentemente. O que você acha disso?
Tatit — Houve uma descoberta desse mercado. E ultimamente os pais estão mais preocupados com o que os filhos  estão curtindo em termos culturais. Antigamente, os filhos tinham que ir bem na escola. Agora, os pais acham que os filhos precisam de uma formação cultural legal.

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