Notícias

Itapema FM  | 16/09/2013 19h13min

Protótipo de celular personalizado promete solução para descarte eletrônico

O projeto Phonebloks ganhou popularidade na internet durante a última semana

Há uma semana, um projeto que promete solucionar o descarte excessivo de celulares — e, quem sabe, revolucionar o mercado mobile — ganhou espaço na internet. O projeto Phonebloks prevê um celular modular, no qual seria possível trocar as peças individualmente (veja ao lado), como bateria, câmera, tela e processador. É como se fosse um smartphone atualizável.

Além de diminuir o descarte de smartphones, seria possível personalizar os telefones de acordo com as necessidades de cada usuário. Em apenas sete dias, a ideia, ainda apenas conceitual, já ganhou mais de 624 mil apoiadores no Thunderclap — plataforma que funciona como uma espécie de abaixo-assinado digital.

Apesar de ter se popularizado rapidamente, a viabilidade da proposta é questionada. Farlei Heinen, professor do curso de Engenharia da Computação da Unisinos, explica que, tecnicamente, a fabricação do celular é possível.

— A tecnologia existe e é relativamente acessível, mas só se torna barato se o produto for usado por muita gente. É uma questão de escala — explica, complementando que o celular também teria de ser maior que os últimos lançamentos do mercado para suportar a tecnologia.

Para Jorge Monteiro, presidente da consultoria Superfones, além da necessidade ser produzido em grande escala, é preciso ser observado o aspecto legal.

— Atualmente, todo celular que entra no país tem de ser aprovado pela Anatel, em um processo que custa milhares de reais — afirma.

Para Monteiro, seria impossível aprovar cada versão do Phonebloks e a lei teria que se adaptar, o que pode demorar anos. O celular, além de ser ecologicamente correto, chama a atenção pela possibilidade de economia a longo prazo e a facilidade de manutenção.

— Até o usuário mais comum iria comprar se houvesse um kit pré-configurado — prevê Heinen.

Em relação ao mercado e a participação de empresas no projeto, o professor não é tão otimista.

— Olhando para a indústria hoje dá para perceber que o Phonebloks é uma utopia, o mercado caminha para outro lado — avalia.

Na avaliação de Monteiro, todo o tipo de possibilidade tem de ser avaliada com muita atenção.

— Eu não descartaria o modelo. Se você tem adesão do mercado, tem de estudar como tornar viável economicamente. O mercado é avido por novidade, algumas empresas poderiam apostar no modelo em uma escala de teste para avaliar as possibilidades — conclui.

Como funcionaria

- O Phonebloks é apenas um conceito e ainda não foi produzido industrialmente. Para que a iniciativa dê certo, as fabricantes de smartphones precisariam aderir à proposta, produzindo peças compatíveis com uma única base. Veja alguns exemplos de como o aparelho poderia funcionar:

- A base é a única parte fixa no Phonebloks. É o que une as peças e faz o telefone funcionar.

- As partes são destacáveis e podem ser trocadas individualmente em caso de danos. Se a tela quebrar, por exemplo, é possível trocar apenas essa peça, sem muito esforço.

- O aparelho é altamente personalizável de acordo com a demanda do usuário. Se você passa muito tempo na rua e precisa que a bateria dure mais, pode comprar uma mais potente, abrindo mão do espaço de outras peças.

- Os blocos podem ter tamanhos diferentes. Se você armazena a maioria de seus arquivos na nuvem, por exemplo, não precisa de espaço para dados e pode abrir espaço para outra funcionalidade.

- Se a prioridade é tirar boas fotos, uma câmera mais potente, com uma lente melhor, poderia ser acoplada.

Veja o vídeo de apresentação do Phoneblocks

 

ZERO HORA
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.