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Itapema FM  | 13/09/2013 08h03min

Sem os armazéns do Cais do Porto, 9ª Bienal do Mercosul muda de endereço

Confira onde ver as exposições, que recebem o público a partir de sexta-feira

Francisco Dalcol  |  francisco.dalcol@zerohora.com.br

A Bienal do Mercosul mudou de endereço. Nesta 9ª edição, deixa seu espaço afetivo, os armazéns do Cais do Porto, em função das reformas do local. Com isso, o evento se concentra em espaços alternativos ou para onde já levou mostras. Com abertura nesta sexta-feira, a partir das 9h, as exposições serão apresentadas no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), no Santander Cultural, no Memorial do Rio Grande do Sul e na Usina do Gasômetro. Outros espaços receberão atividades paralelas até 10 de novembro.

>> 9ª Bienal do Mercosul começa nesta sexta com inspiração na ciência e na indústria de tecnologia avançada

A curadora Sofía Hernández Chong Cuy destaca o esforço de transformar esses locais:

– Exploramos espaços já existentes para serem redescobertos.

No Margs, o térreo foi transformado em uma única grande galeria. No Memorial, o segundo andar passou por reformas para receber as mostras. E, na Usina, a Bienal fez uma ocupação do terraço.

>> Em página especial, confira outras reportagens sobre a 9ª Bienal do Mercosul

 

Santander Cultural

Ao entrar, o visitante é recebido por um conjunto de esculturas da paulista Erika Verzutti. Mas é ao fundo que está a obra mais provocativa e divertida do espaço. Em um grande tanque, uma pasta que parece estar fervendo simula uma lava vulcânica em pleno momento de erupção. É a instalação Musa de Lama (abaixo), criada pelo norte-americano Robert Rauschenberg (1925-2008) nos anos 1960 e reeditada para a Bienal. O conteúdo do tanque é movimentado por estímulos gerados por ondas sonoras e válvulas de ar. Quem chegar pertinho poderá ser salpicado pela falsa lava. Na lateral da galeria, o artista peruano David Zink Yi instalou no chão uma lula gigante, criando uma espécie de fábula sobre o aparecimento do exótico animal.

Fique de olho: no segundo andar, há uma série de trabalhos em fotografia e desenho inspirados em fenômenos astronômicos e científicos, convidando a exercitar a imaginação. Entre eles, a história de um meteorito argentino da dupla Faivovich & Goldberg e a fábula de um animal nunca visto do gaúcho Fernando Duval.

> Rua Sete de Setembro, 1.028. Terça a domingo, das 9h às 19h; quinta, das 9h às 21h

 

Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs)

O térreo do Margs teve as paredes das galerias removidas para receber uma escultura monumental. É Bat Cave, obra criada pelo norte-americano Tony Smith (1912-1980) nos anos 1960 e raramente vista. O trabalho do artista, um dos ícones do minimalismo, foi especialmente reeditado para a Bienal. Envolvendo a dobradura e a colagem de 5 mil módulos geométricos de papel, fabricados pela Celulose Irani, a montagem da obra demandou semanas (abaixo).

Fique de olho: no térreo, há um filme do gaúcho Luiz Roque. Já no andar superior, a instalação Labirinto Invisível, do argentino Luis F. Benedit (1937 _ 2011), convida participar da obra, que gera sons ao captar movimentos.

> Praça da Alfândega, s/nº. Terça a domingo, das 9h às 19h

 

 

Usina do Gasômetro

Uma espuma sai ininterruptamente do que parecem ser grandes tubos de ensaio. É a obra Máquina de Bolhas, do filipino David Medalla, autor de uma escultura que está sempre se transformando. Já em uma ampla sala, um motor faz circular água em um conjunto de mangueiras transparentes, como se fossem veias e artérias. Circulação, do alemão Hans Haacke, foi criado em 1966 (foto maior, no topo da matéria). E, no terraço transformado em praia artificial (abaixo), o visitante ainda pode contemplar o Guaíba.

Fique de olho: saindo da Usina e caminhando alguns minutos pela orla, é possível visitar a intervenção urbana da artista polonesa Aleksandra Mir que simula a queda de um satélite.

> Av. Presidente João Goulart, 551. Terça a domingo, 9h às 21h

 

 

Memorial do Rio Grande do Sul

É outro espaço que recebe o visitante com uma obra impactante. No chão do Memorial, a mineira Cinthia Marcelle instalou uma espécie de grande tapete enferrujado (abaixo). O trabalho foi criado em colaboração com a Gerdau. Ao percorrer áreas de mineração e usinas de aço, a artista realizou uma obra cuja cor avermelhada se transforma pelo processo de oxidação do metal. Ao lado, o argentino Nicolás Bacal instalou um telefone que convida o público a fazer uma ligação para o número 0800-0000-130. Quem atende é uma senhora que o artista escolheu por sua voz lembrar as nostálgicas gravações que informavam a hora certa.

Fique de olho: no segundo andar do Memorial, há diversas salas que apresentam trabalhos e pesquisas de artistas. Um deles é o gaúcho Michel Zózimo, que, inspirado por imagens retiradas de livros didáticos e enciclopédias antigas, montou uma sala de projeção simulando os ambientes escolares dos anos 1970.

> Rua Sete de Setembro, 1.020. Terça a domingo, das 9h às 19h

 

Programe-se

Confira o que a Bienal apresenta no primeiro fim de semana além das exposições

Sexta-feira

> Cavalos Não Mentem, performance com Eduardo Navarro (Usina do Gasômetro, das 14h até o sol se pôr)

> E Se a Lua Estivesse a Apenas um Salto de Distância?, performance com Bik Van der Pol (Praça da Alfândega, 15h)

> Regiões Sem Sinal, performance sonora com Tarek Atoui (Terraço da Usina do Gasômetro, 16h)

> Os Vulcões Dançantes da América Latina, performance com David Medalla e Adam Nankervis (Terraço da Usina do Gasômetro, 17h)

> Monoblock, performance em homenagem a Juan José Gurrola (Teatro Bruno Kiefer, 19h30min). Retirada de ingressos no teatro, a partir das 18h30min

Sábado

> Ekphrasis: Simultaneidade em Simultaneidade, encontro com Marta Minujín (Memorial do Rio Grande do Sul, 16h)

> Regiões Sem Sinal, performance sonora com Tarek Atoui (Terraço da Usina do Gasômetro, 16h)

> AGUAÍBA: um dia de praia, encontro e performance com Ana Laura López de la Torre (orla do Guaíba, a partir das 12h)

> Cavalos Não Mentem, performance com Eduardo Navarro (Usina do Gasômetro, das 14h até o sol se pôr)

> Monoblock, performance em homenagem a José Gurrola (Teatro Bruno Kiefer, 19h30min). Retirada de ingressos no teatro, a partir das 18h30min

> E Se a Lua Estivesse a Apenas um Salto de Distância?, performance com Bik Van der Pol (Praça da Alfândega, 15h)

Domingo

> Ekprhasis: Aromapoesia, encontro com Eduardo Kac (Memorial do Rio Grande do Sul, 11h)

> Metaencontros na Ilha, encontro do projeto Island Sessions na Fundação Vera Chaves Barcellos (Viamão, a partir das 13h)

> E Se a Lua Estivesse a Apenas um Salto de Distância?, performance com Bik Van der Pol (Usina do Gasômetro, 15h)

> Monoblock, performance em homenagem a José Gurrola (Teatro Bruno Kiefer, 19h30min). Retirada de ingressos no teatro, a partir das 18h30min

 

 

 

SEGUNDO CADERNO
Fernando Gomes / Agencia RBS

"Circulação", do alemão Hans Haacke, foi reeditada e está montada na Usina do Gasômetro
Foto:  Fernando Gomes  /  Agencia RBS


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