Era inevitável. A história de vida de Steve Jobs, um dos maiores gênios da tecnologia, chegou aos cinemas.

Estrelada por Ashton Kutcher, a cinebiografia Jobs estreia nesta sexta-feira no Brasil retratando um dos personagens mais interessantes, instigantes e curiosos das últimas décadas. Mas talvez o filme não esteja à altura da expectativa.

Nos Estados Unidos, o fim de semana de lançamento do longa rendeu menos do que o esperado, ficando em sétimo lugar nas bilheterias. Com produção independente e dirigido pelo desconhecido Joshua Michael Stern, Jobs conta de maneira não linear a vida do cofundador da Apple, a partir do lançamento do iPod, em 2001. O ponto de partida é o momento em que Jobs, com seu visual típico, de calça jeans e blusa preta de gola rolê, sobe ao palco para lançar um novo produto. A cena é inspirada nos eventos comandados pelo empresário para apresentar novidades tecnológicas e que, nos anos 2000, tornaram-se célebres por criar expectativa para fãs de tecnologia.

Ashton Kutcher impressiona pela semelhança com Jobs. Em pouco mais de duas horas, a história volta aos tempos em que ele frequentava o Reed College, nos anos 1970, e conta como foram as duas décadas seguintes, do abandono da faculdade para se dedicar ao trabalho à sua obsessão em facilitar o uso da tecnologia.

Não aparecem na cinebiografia passagens importantes da vida de Jobs. No recorte que abrange um período restrito de sua trajetória, ficaram fora momentos emblemáticos da vida de Jobs, como os lançamentos do iPhone e do iPad, o começo de amizade com Steve Wozniak – cofundador da Apple –, o sucesso da Pixar e a doença que levou à sua morte, em 2011, em decorrência de câncer – na época, o filme já estava em pré-produção.

A personalidade do empresário também recebe pouca atenção na cinebiografia, ainda que mostre Jobs demitindo de forma agressiva um funcionário. Também sem muito destaque aparece o momento em que ele dá a volta por cima na Apple. Ainda assim, o filme revela lados sombrios da vida de Jobs, que nunca reconheceu a paternidade de uma filha, e a dura fase em que ele foi afastado da própria empresa – ele saiu da companhia e retornou 10 anos depois

Outro filme sobre o empresário já está em produção, pela Sony. Ainda sem título e data de lançamento, o longa terá Steve Wozniak como consultor. O roteiro é de Aaron Sorkin, que ganhou o Oscar de roteiro adaptado por A Rede Social, filme sobre a criação do Facebook.

Jobs
De Joshua Michael Stern. Com Ashton Kutcher, Dermot Mulroney e Josh Gad.
Drama, Estados Unidos, 2013. Duração: 128 minutos. Classificação: 12 anos.
Estreia nesta sexta-feira na Capital.