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Itapema FM  | 02/09/2013 18h49min

Menino prodígio do cinema canadense, Xavier Dolan convence a crítica

O ator, roteirista e montador está lançando seu quarto longa, "Tom a la Ferme"

O novo menino prodígio do cinema, o canadense Xavier Dolan, 24 anos, convenceu nesta segunda-feira, no Festival de Veneza, com um intrigante thriller psicológico sobre identidade sexual, hipocrisia e mentiras, Tom a la Ferme, ovacionado por crítica e espectadores.

Dolan, protagonista, um dos roteiristas e até montador do filme, uma adaptação da peça teatral de Michel Marc Bouchard, compete em Veneza com seu quarto longa-metragem, depois de ter recebido elogios e prêmios em Cannes desde sua estreia em 2009 com Eu Matei a Minha Mãe.

O novo filme de uma das promessas do cinema mundial, que até agora falava sobre amores impossíveis, é uma obra madura sobre os mecanismos íntimos e perversos das relações, não apenas amorosas.

Com ritmo impecável, combinado com suspense, tensão e drama, Dolan confirma o notável talento cinematográfico.

"Um filme irresistível", definiu a crítica italiana, que já considera Tom a la Ferme um dos favoritos para o Leão de Ouro.

O filme narra a história do jovem publicitário Tom, interpretado por Dolan, que está profundamente deprimido com a morte do amante.

Ele decide conhecer a família do companheiro falecido, que vive em uma fazenda, onde descobre que a mãe não sabia da orientação sexual do filho e estava convencida que o jovem tinha uma relação amorosa com uma garota, Sarah.

A partir deste momento, Tom entra em um macabro jogo de mentiras, ameaças e perversões com o irmão do namorado, Francis, que exige que el não revele a verdade para a mãe com o objetivo de evitar outro sofrimento.

– É um jogo perigoso. Assumir o papel de outro pode mudar a pessoa. Mentir assim enlouquece Tom – explicou o cineasta.

Na fazenda isolada em meio à paisagem de Quebec, entre grandes campos de milho e uma longa estrada de ligação com a cidade, surgem ingredientes bem dosados por meio da trilha sonora de Gabriel Yared, que oscila entre obras clásicas e canções modernas: o suspense, o medo, o nervosismo e a angústia reinam como nos melhores filmes de Hitchcock.

– Não pretendo inovar. Queria apenas contar a angústia dos personagens – explicou Dolan, que começou a dirigir filmes aos 18 anos e admite que não gosta de revelar de onde tira suas ideias.

– Para mim, a influência deve ser camuflada – afirma o diretor, um admirador cineastas como Pasolini, De Sica e Jonathan Demme.

Poucas vezes na história a Mostra de Veneza selecionou para a competição oficial um diretor tão jovem, nascido em 1989. A idade de Dolan é um recorde desde a fundação do evento em 1932.

A imprensa recordou alguns dos cineastas jovens que exibiram filmes em Veneza, como Louis Malle, que aos 26 anos disputou o Leão de Ouro com Os Amantes em 1958, e outros estreantes com menos de 30 anos como Nanni Moretti e Emir Kusturica.

– Quis contar a psicose de vários seres humanos que desejam colmar sua dor – resumiu o cineasta, elogiado também por Amores Imaginários (2010) e Laurence Anyways (prêmio de melhor atriz para Suzanne Clément em Cannes 2012).

Ele nega que o filme deseje abordar explicitamente o tema da homossexualidade e seus preconceitos.

– É sobre as dificuldades para escapar do amor – resumiu o jovem cineasta.

AFP
TIZIANA FABI / AFP

A atriz Evelyne Brochu beija o cineasta Xavier Dolan na chegada para a projeção de "Tom a la Ferme"
Foto:  TIZIANA FABI  /  AFP


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