É possível que, quando a programação da Cena 10 fechar as cortinas, no dia 31, inicie um novo percurso para o evento que começou em dezembro de 2001, fruto do esforço da classe artística e que, aos trancos e barrancos, vem tentando organizar uma mostra referência na região.

Como quase todos os anos, a associação precisou arregaçar as mangas – e apertar os cintos – para montar a programação. Com R$ 40 mil garantidos pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) e mais R$ 7.200 mil pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o que é pouco em vista do pagamento de cachês a todos os participantes, aluguel de equipamentos, divulgação e produção, a Ajote conseguiu garantir os dez dias de apresentações, com três convidados de fora – mas sem mostra paralela, como estava previsto.

A missão para as companhias joinvilenses foi apresentar peças inéditas nas nove edições anteriores da Cena. O resultado da coleta colocou na lista oito grupos da casa, responsáveis por mostrar o que de mais recente foi produzido na cidade.

Este deve ser o último ano em que a mostra toma esta configuração. Segundo o presidente da associação, Luciano Cavichiolli, a partir de 2014 a Cena irá se aproximar do modelo de festival, com curadoria e mais participação de grupos de fora.

A ideia é abrir a mostra para inscrições de todos os grupos, inclusive os de Joinville, serem selecionados por um curador. Assim, a Cena manteria a qualidade e deixaria de ter companhias convidadas.

Outro desafio para a associação vem sendo crescer os espaços disponíveis para o grupo. Quando recebeu o direito de uso de uma das salas da Cidadela Antarctica, a Ajote mantinha sete grupos associados. Hoje, são 16 companhias.

— Com o dobro de grupos, voltamos a ter o mesmo problema do início. A agenda do galpão está sempre cheia, porque, além das apresentações, ele também é usado para ensaios — afirma Luciano.

As apresentações da Mostra de Teatro de Joinville acontecem no Galpão da Ajote, Sesc e Teatro Juarez Machado durante 10 dias.