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Itapema FM  | 18/08/2013 15h25min

O que funcionou e o que pode melhorar no Festival de Gramado

Competição de longas nacionais tem mostrado mais títulos relevantes do que a de filmes estrangeiros

Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br


No balanço dos oito dias de exibições de filmes e de debates, o festival quarentão contabiliza conquistas e assume falhas na tentativa de consolidar-se como vitrina do melhor cinema nacional e latino-americano.


O que funcionou

— A qualidade e a diversidade da seleção dos longas brasileiros são marcas da curadoria de José Wilker, Marcos Santuário e Rubens Ewald Filho desde que o trio assumiu a programação do Festival de Cinema de Gramado, em 2012. A presença de filmes de jovens diretores e realizadores estreantes tem oxigenado a competição serrana.

—  A Mostra Especial de Cinema Gaúcho exibiu durante uma semana sete longas recentes produzidos no Estado, levando ao público em primeira mão vários títulos inéditos.

—  Os problemas técnicos diminuíram consideravelmente em relação ao ano passado, especialmente com relação a projeção e som.

—  Manter a exibição dos curtas gaúchos no Palácio dos Festivais é um elogiável reconhecimento à produção local.

—  A busca pelo diálogo com festivais latino-americanos, trazendo para a Serra mostras paralelas com títulos dos festivais de Mar del Plata e de Havana.

—  Diferentemente do que chegou a ocorrer em edições anteriores, Gramado dedicou prêmios especiais e homenagens a nomes de fato relevantes do cinema brasileiro: Glória Pires, Wagner Moura, Othon Bastos, o Canal Brasil e os 30 anos do filme Sargento Getúlio.

—  Como em 2012, o festival manteve os preços populares nas sessões:  R$ 20 e R$ 10 (meia entrada).


O que tem de melhorar

—  A competição de longas estrangeiros, que já chegou a ser a menina dos olhos do Festival de Gramado, novamente deixou a desejar —  como o próprio curador Rubens Ewald Filho reconheceu. Se o certame serrano quer realmente tornar-se uma referência latino-americana no setor, é preciso ir aos grandes festivais internacionais prospectar filmes recentes e instigantes.

—  Os atrasos no começo das sessões no Palácio dos Festivais acabam estendendo a longa programação noite afora, espantando parte do público e prejudicando a apreciação dos últimos títulos do dia.

—  O ineditismo não precisa ser uma cláusula pétrea do Festival de Gramado, mas deve ser um objetivo a ser perseguido com insistência, a fim de tornar a competição ainda mais vigorosa e relevante em comparação a outras mostras similares no Brasil. Neste ano, três dos oito longas da competição nacional já tinham participado de outros festivais: Éden, Primeiro Dia de Um Ano Qualquer e A Coleção Invisível.

—  Problema crônico do Festival de Gramado já há vários anos, as sessões no Palácio dos Festivais não têm muito público – especialmente durante a semana. A organização precisa seduzir o gramadense e o turista e trazê-los de volta ao cinema.

—  Cadê José Wilker? Curador desde 2012, o ator mais uma vez não foi a Gramado neste ano.

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