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Itapema FM  | 12/08/2013 06h02min

'Eu Faço uma Dança que minha Mãe Odeia', espetáculo solo de Karin Serafin, estreia sexta-feira em Florianópolis

Com entrada gratuita, esse é o primeiro projeto solo da bailarina do Grupo Cena 11

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

- Isso é a pior coisa que eu já vi na vida.

Foi essa frase doce que Karin Serafin, 40 anos, ouviu de sua mãe, Marluce Ribas Serafin, 70, depois da apresentação de Cartas de Amor ao Inimigo, seu último espetáculo com o premiado grupo de dança Cena 11.

Alguns dias depois, fazendo faxina em casa, a bailarina e coreógrafa se deu conta: "eu faço uma dança que minha mãe odeia". Essa conclusão tornou-se o tema de pesquisa para seu primeiro trabalho solo, que estreia nesta sexta no Teatro da Ubro, na Capital, com entrada gratuita.

A reportagem acompanhou o ensaio geral e conversou também com dona Marluce, que confirma: apesar de gostar de balé, jazz e dança de salão, odiava as apresentações da filha. Quem sabe agora isso mude. Apesar do desejo de Karin de que ela assistisse ao espetáculo apenas na estreia, a mãe chegou no teatro, espiou um bocadinho e adorou o que viu.

Com uma televisão retrô, um globo de discoteca e um teclado no palco todo preto, Karin Serafin entra em cena vestindo um maiô roxo e tênis amarelo. 

- Obrigada, estou me sentindo o Stevie Wonder - brinca, enquanto os técnicos apagam a luz no momento em que ela cantarolava baixinho ao teclado  If You're not Here (by My Side), do Menudos, banda que adorava quando adolescente.

O retorno à música que ouvia quando jovem foi uma das maneiras de retomar a trajetória que a levou a ser bailarina. 

- Eu adorava eles, até fui no show com a minha mãe, lembra mãe? - pergunta Karin, 

- Lembro, claro, você tinha uns 10, 12 anos - confirma Marluce.
Nas poltronas vermelhas do Teatro da Ubro, cercadas por paredes de cor salmão, as duas conversam enquanto esperam a repórter ligar o gravador. 

- Eu quero saber por que não pude assistir ao ensaio - questiona a mãe. 

- É que, para você, eu quero que seja surpresa, mãe - explica a filha.

- Ah bom, então tudo bem. Não sei ainda que roupa vou usar na estreia, você precisa passar lá em casa para ver comigo - pede dona Marluce.
Com o vestido roxo de plumas no ombro direito, usado no último trecho da apresentação, Karin conta que buscou nesta apresentação um distanciamento do seu trabalho com o Cena 11. 

- Claro que não consegui. Não tem como me separar de algo que faço há 20 anos - afirma a coreógrafa que faz parte do grupo desde sua fundação - mas fui buscar novas influências, fui fazer dança de salão, que eu nunca tinha feito. Incluímos o piano, que foi uma coisa muito conflituosa para mim, fazia aula quando adolescente, minha tia fazia questão de me ensinar e eu odiava aquilo.

Dancing with Myself

Apesar da afirmação do diretor de que a luz ainda era provisória e de que o ensaio era para conferir o que ia dar errado, tudo correu conforme o previsto. Durante a apresentação, Karin estabelece um tipo de diálogo com a TV no palco. O vídeo mostra meninas com vestido de debutantes - orgulhos das mamães, quem sabe.

Em outro momento a televisão aplaude o fim de um número de dança. Alternam-se a música e o silêncio em um espetáculo que comporta tanto a facilidade quanto o esforço. Em uma releitura do tango, numa dança que faz dobrada sobre si mesma, ela usa um ritmo para casais numa apresentação solo.

Dançando sozinha, como diz a música de Billy Idol, numa noite solitária, em meio à multidão, volta às origens e dilemas e leva a plateia junto numa reflexão única para cada um. 

- Acho interessante, já me disseram que pensaram muito sobre ser mulher durante o espetáculo. Uma amiga me falou que se sentiu muito mãe ao assistir, mas ela é mãe, eu não, então vai de cada um mesmo - interpreta a bailarina.

Nossa dica
Chegue cedo para assistir ao espetáculo. O teatro da Ubro tem pouca diferença de altura entre as fileiras então quem senta atrás terá muitos obstáculos para enxergar o palco. Se puder escolher, sente-se na primeira fila.

Agende-se
O quê:
Eu Faço uma Dança que Minha Mãe Odeia, com Karin Serafin e direção de Renato Turnes
Quando: dias 16 e 17 às 21h, 18 às 20h
Onde: Teatro da Ubro (escadaria da Rua Pedro Soares, 15, Centro, Florianópolis)
Quanto: gratuito, os ingressos serão distribuídos antes da apresentação

DIÁRIO CATARINENSE
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