Se houvesse uma orquestra pública em Joinville talvez Henriette Hillbrecht não precisaria se deslocar toda semana para Jaraguá do Sul e São Bento de Sul para integrar as formações que dão oportunidades esporádicas para músicos da região. O desejo da fagotista de Joinville é igual ao de tantos outros músicos da cidade, como Alisson Ricardo Medeiros, prestes a terminar o curso superior de música em Curitiba e que, quando formado, gostaria de atuar na cidade onde nasceu.

A Orquestra da Cidade de Joinville seria a saída para manter esses talentos próximos de suas raízes e ainda complementar a agenda da cidade, que possui apenas formações independentes que sobrevivem de editais de apoio cultural.

— Já imaginou uma orquestra acompanhando as apresentações do Festival de Dança, que bonito seria? — sugere Henriette.

De fato, desde que a iniciativa foi sugerida e começou a tramitar na Câmara de Vereadores, em 2011, houve muito progresso. A criação oficial por lei (nº 7260), em julho de 2012, definiu de imediato um maestro coordenador, cargo comissionado que nesta gestão foi conferido à maestrina Fabrícia Piva. Mas a lei que determina seleção de músicos-bolsistas não foi para frente por falta de verba.

De acordo com o diretor executivo da Fundação Cultural de Joinville, Joel Gehlen, a prefeitura teria de ter, no mínimo, R$ 300 mil garantidos para custear um ano de projeto. O valor cobriria os gastos com as bolsas, previstas, inicialmente, com valores mensais entre R$ 550 a R$ 1,6 mil.

Como alternativa, a FCJ está buscando recursos via editais e outras fontes. Enquanto não há orquestra para comandar, há seis meses Fabrícia Piva se ocupa com outras funções envolvendo música, como o Concertos Matinais e outros projetos da Casa da Cultura.

Quando formada, a orquestra será constituída de seções de cordas, metais, madeiras e percussão. Além disso, o projeto contempla músicos oficineiros, função que atuará junto à comunidade.