Lançada em 2008, a revitalização da Ponte Hercílio Luz pouco se percebia até agora. Por dois motivos: primeiro porque a falta de dinheiro fez as obras andarem a passos muito lentos e depois por toda a etapa inicial ter sido feita debaixo d'água. A partir de agora, com a troca de fase das obras e os R$ 150 milhões necessários para finalizar o trabalho em caixa, o governo do Estado promete serviço aos olhos do público.

Em uma operação que durou cerca de seis horas e envolveu mais de 30 profissionais, foi concluído nesta quinta-feira o último dos quatro blocos subaquáticos que servirão como suporte para todo o processo de restauração.

A pré-montagem da estrutura que será erguida em cima das bases de concreto — etapa que deixa a revitalização mais visível — começa em agosto, no canteiro de obras (que fica no Continente, embaixo da Ponte Pedro Ivo). A partir de setembro, segundo estimativa do engenheiro e coordenador geral do Consórcio Florianópolis Monumenta Gleison Lemos, as peças serão deslocadas para o vão central da ponte e é aí que quem passar pelo famoso cartão-postal da Capital – interditado desde 1991 — vai poder enxergar o passo a passo da restauração. Os trabalhos serão realizados por duas equipes, uma em terra e a outra no mar, que será mantida com o apoio de duas balsas.



Entrega da obra é prevista para dezembro de 2014

Até junho, as obras estavam sendo custeadas pelo Estado. Desde 2008 se gastou cerca de R$ 40 milhões. Neste mês, com a aprovação do BNDES, o recurso (parte do Programa Pacto por Santa Catarina) que faltava para levar os trabalhos até o fim foi depositado na conta do governo e, com o dinheiro em caixa, a previsão é de que a ponte seja reinaugurada em dezembro de 2014.

— Ficamos cinco anos correndo atrás do dinheiro, esse é o único e verdadeiro motivo para o atraso das obras. É um processo de revitalização complexo e único no mundo, não existem mais pontes feitas com barras de olhais, certamente os olhos da engenharia vão começar a se voltar para Santa Catarina — aposta o presidente do Deinfra, Paulo Meller.