Embora seja reconhecido como um dos melhores guitarristas de todos os tempos, Robben Ford nunca foi de seguir as regras do mercado fonográfico. Faz o que bem entende e quando quer. O que não impede que, em seus mais de 40 anos de carreira, ele tenha construído uma discografia respeitável e sedimentado muitas colaborações no currículo. Bringing it Back Home, que acaba de chegar ao mercado, é o sucessor de Truth. Lançado em 2007, tem como base o blues e o rock e mostra de cara que este é mais um ótimo trabalho do artista.

Robben seleciona nove canções clássicas para reinterpretar em seu estilo característico e ainda presenteia os fãs com Oh, Virginia, uma nova composição de sua autoria que se encaixa perfeitamente na proposta do álbum. Entre os compositores escolhidos para esse projeto estão Allen Toussaint, Big Joe Williams, Charlie Doyle e até Bob Dylan.

O resultado é um Ford relaxado e completamente confortável na companhia de um time de primeira formado por Larry Goldings (órgão), Harvey Mason (bateria), David Piltch (baixo) e Steve Baxter (trombone). Os timbres de guitarra são cuidadosamente ajustados, inclusive quando o artista resolve colocar um pouco mais de drive e pimenta nos solos.

Ainda assim, Ford sempre joga a favor da música e busca uma interpretação mais emocional do que exibicionista. Destaque para Everything I Do Gonna Be Funky, Most Likely You Can Go Your Way And I'll Go Mine e a belíssima instrumental On That Morning, que fica ainda melhor que a versão tradicional, agora com a bateria de Harvey Mason, o órgão Hammond B-3 de Larry Goldings e o baixo espetacular de David Pilch. Química que se mostra mais eficiente a cada nova audição.