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Itapema FM  | 18/07/2013 16h50min

Turbo estreia sexta nos cinemas do Estado e conta com participação de brasileira na produção

Desenho apresenta um caracol que quer ser corredor de Fórmula Indy

Jerônimo Rubim  |  reportagem@diario.com.br

A mais nova animação da Dreamworks promete conquistar adultos e crianças. Convidado pelo DC, o jornalista e crítico de cinema Andrey Lehneman escreveu sobre o filme. Confira:
 
Turbo basicamente se volta para o que fez a Pixar ganhar tanto apreço e espaço na década passada: sensibilidade. Uma premissa que já percorreu tanto os sonhos de Remy em Ratatouille quanto os de Lightning McQueen em Carros a oportunidade de ser algo maior do que o mundo espera de você. No filme de Remy, por exemplo, observávamos um rato querendo ser um chef de cozinha, alguém desestimulado por sua classe e que encontrava na amizade de Linguini uma oportunidade para realizar os seus sonhos mais impossíveis.

Turbo, por sua vez, conta a história do caracol Theo, que tem o desejo de ser o mais rápido do planeta e participar da Fórmula Indy. Estimulado pela figura midiática de seu maior ídolo, Guy Gagné, ele acredita que sua força de vontade pode ultrapassar o seu físico e, numa virada do destino, surpreende-se ao ganhar habilidades que o fazem cativar o mundo e ter realmente uma chance na tão almejada Fórmula Indy. O estreante e interessante diretor David Soren também conta com a figura humana para dar sustentabilidade ao sonho do caracol. Theo e Tito, um motorista de caminhão, buscam encontrar o seu lugar. Ambos se complementam.

Já Gagné, de figura incentivadora e querida publicitariamente, transforma-se em um grande vilão egocêntrico uma perfeita análise de muitos dos nossos heróis. Numa época em que a Pixar busca reconquistar o seu lugar, resgatando histórias conhecidas que a fizeram tão prestigiada, é a DreamWorks, pelo segundo ano consecutivo, que traz uma animação tão competente para adultos quanto para crianças.

Participação tupiniquim

Turbo, que estreia nos cinemas do Estado hoje, conta com a incomum participação de uma brasileira . O nome de Vivian Aguiar-Buff vai aparecer pela primeira vez nos créditos finais de um filme de Hollywood, assinando a produção da trilha sonora da animação. A paulistana de 32 anos trabalha na Remote Control Productions, estúdio musical de Hans Zimmer - ganhador do Oscar pela música de O Rei Leão - e é braço direito do responsável pela trilha de Turbo, Henry Jackman.

Filha de cinéfilos, formada em Cinema na FAAP e DJ nas horas vagas, percorreu o caminho até a Califórnia unindo suas duas grandes paixões: a música e o cinema. Depois da graduação em composição erudita e regência na Berklee College of Music, em Boston, foi contratada pela Remote logo após a primeira entrevista. Diretamente de Los Angeles, onde mora, Vivian respondeu às perguntas do DC por e-mail.

A união da música com o cinema na sua carreira aconteceu ao acaso ou foi um movimento planejado?

Foi planejado. Eu me formei em Cinema e sempre fui muito ligada à música. Comecei a tocar piano ainda muito pequena e produzia e compunha música eletrônica. Fui assistente de direção, editora de imagem, operadora de flame… Tentei muitas coisas no cinema, mas nunca me encontrei. Foi quando comecei a tocar como DJ e fazer trilhas para alguns curtas que me veio a ideia de juntar os dois universos.

Como foi o convite para integrar a equipe da Remote Control Productions?

Quem me colocou em contato com o Henry Jackman (seu chefe na produtora) foi a própria Berklee College of Music, faculdade na qual me formei há um ano. Fui até a base da Remote Control aqui em Los Angeles e assim que cheguei me disseram que havia uma vaga e que achavam que seria uma boa candidata. Fui fazer a entrevista no dia seguinte e me contrataram na hora.

Como é ser a única mulher na equipe de Henry Jackman? Qual o nível de exigência e competitividade para a também única brasileira na empresa?

Às vezes é uma barra. O Henry sempre diz: "O trabalho tem que ser feito, não importa se é um homem ou uma mulher sentado nesta cadeira". Meu trabalho envolve muitas vezes decisões políticas e tenho que ser muito mais dura do que normalmente seria em algumas situações. O nível de competitividade aqui é o mais alto que já encontrei. Tudo tem que ser perfeito e feito em pouco tempo. Se você não consegue acompanhar o ritmo, tem alguém recém-formado preparado para tomar o seu lugar a qualquer momento.

Há muitos brasileiros trabalhando nessa área de trilha sonora em Hollywood?

Conheço poucos. Tem o Heitor Pereira, compositor e guitarrista talentosíssimo que trabalha na sala ao lado da minha. Outro dia conheci o Antonio Pinto por meio de um amigo em comum. Ele faz muitos filmes aqui, mas ainda está morando no Brasil. O Marcelo Zarvos também trabalha em Hollywood. Não nos conhecemos, mas suas trilhas são lindas.

No momento, a sua função é trabalhar mais com a organização do que com a composição musical. Você quer se tornar uma compositora em Hollywood? Aonde quer chegar?

Estou aos poucos fazendo a transição para a área criativa. Me formei em composição erudita e regência na Berklee e sempre compus e produzi música eletrônica. Antes de vir para cá tinha um live PA chamado Vixen no Brasil, fiquei três anos em tour. Meu objetivo é compor e falo isso para o Henry todo o santo dia (risos). Ele sabe disso e me apoia. Aos poucos, está me posicionando nessa direção.

Você desempenhou a mesma função em outros filmes como G.I. Joe e This Is the End. Por que é a primeira vez que seu nome vai aparecer nos créditos?

O G.I. Joe já estava praticamente acabando quando comecei a trabalhar com o Henry. Cuidei só do fechamento do projeto e impressão dos CDs. No This Is the End, o estúdio de cinema infelizmente decidiu não incluir nos créditos todas as pessoas envolvidas no processo musical. Acontece às vezes.

O que significa ter seu nome nos créditos de um filme com o alcance de Turbo?
Significa muito pra mim. Sonhei com isso desde criança, pensava nisso todas as vezes que via os créditos de um filme - desde que me conheço por gente vejo um filme quase todo dia. É um pote de ouro no fim do arco-íris… Estou chegando perto dele, mas ainda tenho muito chão pela frente! O nível de competitividade aqui é o mais alto que já encontrei. Tudo tem que ser perfeito e feito em pouco tempo. Se você não consegue acompanhar o ritmo, tem alguém recém-formado preparado para tomar o seu lugar a qualquer momento.

Saiba mais

Uma boa parte dos US$ 135 milhões investidos em Turbo foi gasta com o elenco de dubladores. Dez estrelas de Hollywood emprestaram suas vozes à animação da Dreamworks. Ryan Reinolds dubla Theo, o caracol que se transforma em Turbo. Samuel L. Jackson é Whiplash, líder de uma equipe de corrida de lesmas. Paul Giamatti (Chet), Michelle Rodriguez (Burn), Michael Peña (Tito), Luis Guzmán (Angelo) e Richard Jenkins (Bobby) são alguns dos outros grandes nomes.

O longa ainda traz o rapper Snoop Dogg como Smoove Move. Ele também canta uma das faixas da trilha sonora, Let the Bass Go. No Brasil, seguiu-se a política de usar atores conhecidos para a dublagem. Bruno Garcia faz a voz de Chet, o irmão do protagonista, e Ísis Valverde é Burn, uma lesma que trabalha como mecânica.

DIÁRIO CATARINENSE
Divulgação / Divulgação

O caracol Theo ganha poderes mágicos para competir com carros de corrida
Foto:  Divulgação  /  Divulgação


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