Beatriz Almeida, Kika Sampaio e Ester Neotti estão entre os jurados deste festival

Eles podiam ser temidos, mas é só terem os nomes anunciados nas noite da Mostra Competitiva, que a plateia do Festival de Dança de Joinville "explode" em aplausos e gritos de admiração. Mais do que conhecer seu gênero, os 31 jurados que irão avaliar coreografias apresentadas a partir de hoje precisam ser ágeis e justos — geralmente, não há mais do que cinco minutos para assistir, avaliar e, assim, definir quem serão os premiados da edição.

Nas cadeiras da banca de jurados, há veteranos e calouros, profissionais de todas as idades e regiões do Brasil. Há também ex-bailarinos e ex-coreógrafos que sabem muito bem como é estar do outro lado, sentindo o friozinho de tensão para ser perfeito e tentando decifrar o que esperam aqueles que votam.

— Não achem que temos um padrão. Queremos que botem a cabeça para funcionar, ver coisas novas. Não queremos que pensem com cabeça de festival, copiando o que agradou em outros momentos — avisa a jurada de sapateado Kika Sampaio.

Kika, que fez parte do júri pela primeira vez há dez anos, diz que não existe uma fórmula para avaliar, mas que, em Joinville, raramente há disparidades entre as notas dos quatro avaliadores. Eles não conversam durante as apresentações, mas depois que todas as coreografias são apresentadas, se reúnem para deliberar e, por vezes, podem mudar de ideia. 

— O nível do Festival é muito alto, então temos que nos ater aos detalhes, à técnica e à arte. No balé clássico, a gente sente quando o bailarino sabe mas naquele dia não foi feliz — avalia Beatriz Almeida, que julga o clássico e o clássico de repertório.

Única joinvilense a assumir um lugar na banca de jurados, Ester Neotti entende bem o grau de responsabilidade: ela esteve do outro lado, como coreógrafa, durante os anos 1990, e agora avalia as apresentações de danças populares. Mas, quando decidiu ser professora neste gênero, passou três anos vivendo na Alemanha para se especializar. Agora, "bebe" da cultura de todos as regiões por onde passa, assistindo a shows, danças e comprando CDs de todos os países.

— Não é só botar um figurino bonito para dançar, deve existir pesquisa. E os jurados, mais do que ninguém, precisam ter este conhecimento para avaliar o conjunto, a técnica, a música escolhida, o figurino...Precisa, em poucos minutos, ter uma perspectiva do total — afirma.

Confira a lista completa dos jurados do 31º Festival de Dança de Joinville

Adriana Vilela

Membro do Conselho Internacional da Dança e presença constante na banca do Festival de Joinville, tem vasta experiência como bailarina. Dançou nas companhias da Fundação Clovis Salgado, do Teatro Palacio das Artes, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e do Teatro Dusseldorff. Também atuou como solista da Companhia Nacional de Bailados de Portugal, primeira solista do Teatro Augsburg e bailarina principal em Krefeld, na Alemanha. Foi maître ensaiadora convidada da São Paulo Cia de Dança e atualmente é maître ensaiadora da Sesc Cia de Dança, em Belo Horizonte.

Alexandre Snoop

Ex-integrante do Grupo Dança de Rua do Brasil, é diretor e coreógrafo da Cia Dança de Rua de Ribeirão Preto (atualmente Cia de Dança Alexandre Snoop), que é tricampeã no Festival de Joinville. Foi jurado no concurso de Dança de Rua na TV Xuxa, da Rede Globo e apresenta oficinas e trabalhos coreográficos e atua como jurado em todo o Brasil e exterior.

André Valadão

Orgulhoso de ter crescido no Festival de Dança de Joinville, onde recebeu vários primeiros lugares, prêmios revelação, Especial do Júri _ Hors Concours e o Prêmio Excelência Técnica, o mineiro André Valadão atualmente trabalha nos Estados Unidos como bailarino principal e diretor associado do Dance Alive National Ballet, em Gainesville, na Flórida.

Beatriz Almeida

Natural do Rio de Janeiro, estudou balé clássico com Slava Goulenko, Dennis Gray e Tatiana Leskova. Começou sua carreira no Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, de onde saiu a convite de Márcia Hayeé para integrar o Ballet de Stuttgart. Como primeira bailarina, foi protagonista de balés como Eugene Oneguine, A Megera Domada, Lago dos Cisnes, Sétima Sinfonia de Beethoven, entre outros.

Caio Nunes

Diretor e coreografo de jazz e teatro musical, apresenta cursos nos Estados Unidos e na Europa. Atualmente, é presidente do Sindicato dos Profissionais da Dança do Rio de Janeiro. É coreógrafo da TV Globo há mais de 25 anos.

Carlota Portella

Carlota Portella é diretora e coreógrafa da Cia. Vacilou Dançou e do jazz Carlota Portella, que completou 30 anos em 2012. Apresentou suas criações  com a companhia por todo o Brasil e no exterior, e realizou diversos trabalhos, entre eles, a abertura do Fantástico/TVGlobo e abertura dos Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro. Fez parte do conselho artístico do Festival de Joinville e é jurada da Dança dos Famosos na TV Globo.

Carmen Hoffmann

É diretora e coreógrafa do grupo de danças folclóricas Chaleira Preta, por mais de 20 anos, tendo participado de diversos festivais e eventos em nível nacional e internacional.  Implantou e coordenou o primeiro Curso Superior de Dança do Rio Grande do Sul, na UNICRUZ. Participa em diversos festivais como jurada, foi avaliadora do prêmio FUNARTE Espaços Cênicos em 2011 e, recentemente, ganhou prêmio de Honra ao Mérito Cultural em Cruz Alta.

Carmen Luz

É coreógrafa, dançarina, atriz, professora, diretora de teatro e pesquisadora independente em dança e memória.  Escreve e realiza filmes documentários e vídeos de dança. Tem formação acadêmica multidisciplinar e reconhecida experiência em Arte-Educação, práticas comunitárias de cunho sociocultural e gestão cultural em equipamentos públicos.

Christiane Matallo

Sapateadora, bailarina, coreógrafa, atriz-cantora e instrumentista, graduada em Dança e pós-graduada pela UNICAMP. Foi aclamada pela crítica americana do jornal The New York Times, como a Carmen Miranda do Sapateado. É a única artista mulher que sapateia toca sax simultaneamente no mundo. Ministra workshops pelo Brasil e exterior.

Cintia Martin

Cintia Martin é natural do Rio de Janeiro, iniciou na dança em 1978, tendo formação no ballet clássico, jazz e sapateado americano. Foi no sapateado que encontrou sua verdadeira paixão e, desde então, atua como bailarina, coreógrafa e mestra. Como sapateadora, se apresentou por diversas cidades do Brasil e do Exterior ao lado dos maiores nomes da arte. Percussora da arte do improviso no Brasil, difundiu seu conhecimento ao longo desses anos em um livro unicamente sobre sapateado.

Eliana Karin

Bailarina e coreógrafa, estudou com Klimof, Feodorova e Leskova . Estagiou por dois anos no Kirov, dançando no corpo de baile e como solista. Integrou o Ballet do Theatro do Rio de Janeiro e a Fundação Brasileira de Ballet e, na Alemanha, nas companhias Stuttgart, Liubeck e Colonia. Como solista e primeira bailarina, dançou Lago dos Cisnes, Baile dos Graduados, Raimonda, Dom Quixote, Bela Adormecida e Petrouska. Atualmente, é diretora do Ballet Eliana Karin e dá aulas na Europa.

Eliseo Correa

Idealizador do Street Dance Conference, especializou-se em hip hop Free style na escola Ritmos de Rua, de São Paulo e Studio Harmonic, da cidade de Paris, estudando com os principais destaque da cena de danças urbanas no mundo. Ministra oficinas em diversos Estados do Brasil e também na Europa, em países como França, Espanha, Rússia e Itália. Foi jurado do concurso de dança de rua da TV Xuxa, em 2010.

Ernesto Gadelha

Graduado em pedagogia da dança pelo Instituto de Dança Cênica de Colônia e pós-graduado em dança contemporânea pela Folkwang Hochschule. Atua como professor, gestor e curador em diversos projetos. Atualmente, coordena a Escola Pública de Dança da Vila das Artes e faz a direção artística da 9ª Bienal Internacional de Dança do Ceará.

Fátima Cerqueira

Primeira bailarina do Palácio das Artes, mudou para a Europa, onde foi radicada, tendo vivido em Portugal, França, Suécia e Dinamarca. Depois de atuar como bailarina solista, dedicou-se ao ensino do balé clássico tanto em instituições de tradição clássica como em companhias e escolas de dança contemporânea. Considerada uma das mais importantes professoras de balé da Escandinávia, Fátima trabalha atualmente como chefe da Royal Danish School, na cidade de Odense.

Fauzi Mansur 

Bailarino solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, entre 1984 e 87 e solista do Ballet da Ópera de Zurique, na Suíça, de 1987 e 94. Foi coordenador artístico do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 2005 e é psicólogo, mestre e doutor em psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Flavio Sampaio

Foi maître do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e professor da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Professor convidado de diversas companhias nacionais e internacionais e autor dos livros Ceará de Corpo e Alma, Ballet Passo a Passo e Ballet Essencial.

Kika Sampaio

Kika Sampaio é professora, coreógrafa e diretora do Kika Tap Center há 30 anos. Sua formação inclui os mais renomados professores de sapateado americano. Coreografou para o teatro o musical "New York, New York", dirigido por José Possi Neto, e a minissérie "Dercy de Verdade", dirigido por Jorge Fernando para a TV Globo.

Lina Lapertosa

Natural de Belo Horizonte, foi bailarina da Cia. de Dança Palácio das Artes. Dançou com consagrados bailarinos da dança clássica como Baryshnikov, Bujones e Karakulev. Além de bailarina, exerce também a profissão de médica.

Luis Fernando Bongiovani

Trabalhou como bailarino no Brasil e na Europa. De volta ao País, tem desenvolvido projetos de coreografia para companhias oficiais e óperas, e projetos pedagógicos de improvisação e composição. É diretor e coreógrafo do Núcleo Mercearia de Ideias.

Marcela Benvegnu

Coordenadora de Educativo, Memória e Comunicação da São Paulo Companhia de Dança, é especialista em jazz, mestre em semiótica, jornalista e crítica de dança, tendo atuado durante três anos como crítica do Anexo no Festival. Coautora do documentário Roseli Rodrigues _ Poesia em Movimento e codiretora do Congresso Internacional de Jazz Dance e da Revista de Dança.

Marcelo Misailidis

Tendo como base a formação em balé clássico, é artista da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1991 como primeiro bailarino, passando a direção artística entre os anos 2006 a 2008. Professor e coreógrafo obteve grande destaque no Carnaval carioca, atuou ainda no cinema e participações em televisão.

Marjorie Quast

Graduada em belas artes e pedagogia e com especialização em pedagogia do movimento pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem também formação em técnica clássica em Londres e jazz nos Estados Unidos. É professora-pesquisadora e diretora artística do Núcleo Artístico Escola de Danças desde 1978. Em 1984, criou o Camaleão Grupo de Dança, no qual é diretora.

Monica Mion

Bailarina premiada do Ballet Stagium e do Balé da Cidade de São Paulo, sendo que, neste último, também atuou como ensaiadora e assistente de coreografia e foi diretora por nove anos. É formada em Comunicações da Artes do Corpo pela PUCSP.

Rodrigo Negri

Primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Como coreógrafo, desenvolveu trabalhos para algumas companhias como: Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Ballet da Cidade de Niterói. No Carnaval carioca, é responsável pela aclamada comissão de frente da Unidos da Tijuca, que se apresenta em todo o País e também no exterior.

Rui Moreira

Rui Moreira é dançarino, coreógrafo e investigador cultural. Integrou a Cisne Negro Cia de Dança, o Balé da Cidade de São Paulo, a Cia. Azanie e o Grupo Corpo. Criou a Cia. SeráQuê? e a Rui Moreira Cia. de Danças. Dirige, pela Associação SeráQuê? Cultural, uma "incubadora" para novos artistas da dança. 

Sayonara Pereira

Coreógrafa, com experiência profissional de duas décadas na Alemanha. Atualmente, é professora titular de dança moderna na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e dirige o Grupo LAPETT, na mesma universidade. 

Soraya Bastos

Bailarina da Renato Vieira Cia de Dança. Professora da CAL (Casa de Artes de Laranjeiras-RJ) e Faculdade Angel Vianna. Bailarina e atriz e diversos programas de TV, peças teatrais e musicais. Bailarina e coreógrafa de shows internacionais.

Tais Vieira

Fundadora, coreógrafa e diretora do Coletivo Flores, da Membros Cia de dança e do CIEMH2. Cursou Dança na UniverCidade/RJ; Membro zulu. Desenvolve pesquisas a partir do corpo urbano para a cena contemporânea, ministrando oficinas e palestras no Brasil e exterior.

Tatiana Leão Sanchis

Licenciada em Educação Física, especializada em jazz e danças urbanas com constante aprimoramento em NYC e Los Angeles, é responsável pela Imperial House of Waacking Brasil. Coreógrafa de diversos projetos internacionais para Disney Channel e diretora da Casa da Dança Tati Sanchis.

Thiago Amorim

Professor do curso de dança e coordenador do núcleo de Folclore da Universidade Federal de Pelotas (RS). Licenciado em dança pela Unicruz _ RS, fundador da Abambaé Cia de Danças Brasileiras, com experiência internacional na Argentina, Peru, Uruguai, Chile, Paraguai, Alemanha e Suécia. Desenvolve tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Unisul-SC sobre o corpo no Carnaval do Sul do Brasil.