Para haver dança, não precisa de um palco nem pompa: só dos bailarinos e da plateia, na mesma hora e local. Estes bailarinos estarão representados por 361 grupos que, nos próximos dez dias, estarão se apresentando em 15 locais diferentes de Joinville e região, em um dos eventos mais tradicionais do Festival de Dança, os Palcos Abertos.

Além dos três shoppings e da Feira da Sapatilha, em Joinville a dança será aberta e gratuita na praça Nereu Ramos, na Estação da Memória, no Mercado Público, no Parque da Cidade, nos hospitais públicos e no ancionato Bethesda.

Outras três cidades vizinhas também receberão os grupos: Pomerode, Jaraguá do Sul e Blumenau terão noites especiais, em teatros, com ingressos à venda e coreografias selecionadas para a Mostra Competitiva da 31º edição.

No total, mais de 900 coreografias serão apresentadas fora do complexo do Centreventos Cau Hansen, inseridas na vida de quem passa e de quem, muitas vezes, não pensou em parar para assistir balé ou sapateado.

— É nos Palcos Abertos que você entra no cotidiano das pessoas. O trabalhador que nunca vai ao teatro pode viver esta experiência e acho que esta é a coisa mais rica que o Festival oferece em suas atividades — afirma a curadora artística Andréa Bardawill.

Ela salienta que, muitas vezes, existe um preconceito contra os trabalhos apresentados na mostra paralela, já que há um estigma de que elas não passaram na seleção acirrada da Mostra Competitiva. No entanto, também estas coreografias são avaliadas e selecionadas para entrar na programação, em um trabalho feito pela curadoria artística do Festival de Dança.

— Muita gente desvaloriza mas não sabe que não é qualquer trabalho que passa na seleção para os Palcos Abertos. A diferença é que existe uma diversidade maior nos níveis dos trabalhos, porque é a oportunidade para diversos grupos que, às vezes, se inscrevem apenas para este evento — defende a curadora.