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Itapema FM  | 15/07/2013 16h10min

Programas com linguagem de TV feitos para a internet são tendência no Brasil e no exterior

O ramo atrai humoristas irreverentes como Jerry Seinfeld e os criadores do Porta dos Fundos

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

Se há muito tempo se afirma que o futuro da televisão é a internet, a Netflix é uma das primeiras a apontar de que maneira esse futuro pode se desenrolar. A empresa passou de distribuidora de filmes e programas de TV — situação que a colocava na disputa por espectadores com locadoras de DVDs — a concorrente direta da televisão aberta e a cabo com a produção de conteúdo.

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A audiência de programas na internet é disputada não só pela Netflix e emissoras de TV — que produzem extras de seus programas para a rede e liberam episódios para download e streaming — mas também por produtores independentes. O termo webséries tem quase 15 milhões de resultados no YouTube.

A possibilidade de fazer programas diferentes, em formatos inovadores e sem a necessidade de estar atrelado a uma grande emissora para ter sucesso levou para o ramo das webséries integrantes de dois dos seriados mais icônicos e bem-sucedidos de todos os tempos: Friends e Seinfeld.

Lisa Kudrow, a Phoebe de Friends, interpreta desde 2008 uma terapeuta que trata pacientes pela internet em Web Therapy. O improviso é a base da série, que fez tanto sucesso que foi incorporada pela Showtime e passou a ser transmitida na TV também.

Já Jerry Seinfeld, astro do seriado que foi nomeado com seu sobrenome, criou um seriado para a web que vai além do improviso, já que o roteiro nem existe. A única definição da série está em seu nome: Comedians in Cars Getting Coffee. São comediantes em carros num passeio para tomar um café juntos. Todo o diálogo e as piadas surgem na hora. Seinfeld criou um site só para esse programa, atualmente na segunda temporada.

Made in Brazil

O fenômeno se repete no Brasil. Seja para alavancar a audiência ou para testar novos projetos, emissoras da TV a cabo como GNT e Canal Brasil já se aventuraram nas webséries. O Multishow tem uma área de seu site dedicada a elas com 17 títulos diferentes.

Até a Globo já fez esquetes exclusivas para a internet do seu seriado Como Aproveitar o Fim do Mundo, usando a plataforma para dar mais espaço a personagens secundários. E claro, não podemos esquecer do maior fenômeno brasileiro da internet, o Porta dos Fundos.

O grupo criado pelos humoristas Antonio Tabet, Fabio Porchat, Gregório Duvivier, Ian SBF e João Vicente de Castro une linguagem de televisão à liberdade editorial da internet. Ou seja, falam o que bem entendem, da forma como querem, sem censura nenhuma.

Os vídeos seguem o formato de esquetes de humor, não de seriado, mas criaram um público cativo que aguarda o lançamento de novos vídeos assim como os fãs das séries. Toda segunda e quinta o grupo faz upload de um novo vídeo em seu canal no YouTube e invariavelmente atingem entre 3 e 4 milhões de visualizações em questão de dias.

O formato é tão recente no Brasil que a Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) deu ao grupo o prêmio de Melhor Programa de Humor para TV sem que nenhum episódio jamais tenha sido transmitido na televisão. E nem pretendem. Fábio Porchat já declarou várias vezes: o Porta dos Fundos prefere a liberdade da internet à estabilidade da TV.

DIÁRIO CATARINENSE
Reprodução / Divulgação

Porta dos Fundos inaugurou novo gênero de humor pela web no Brasil
Foto:  Reprodução  /  Divulgação


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