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Itapema FM  | 09/07/2013 17h20min

Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis promove encontro de cineastas com filmes sobre educação

Entre eles estão Fernanda Heinz Figueiredo, diretora de 'As Sementes do Nosso Quintal'

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

A intenção é uma só: promover a discussão sobre o atual modelo de educação infantil e buscar novos paradigmas, novos formatos para a escola que sejam mais democráticos e respeitem a natureza das crianças.

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Esse é o tema do documentário Sementes do Nosso Quintal, exibido nesta terça na Mostra Infantil de Florianópolis com a presença da diretora, Fernanda Heinz Figueiredo. O mesmo tema guiou a produção do argentino 'A Educação Proibida', de German Doin, exibido na segunda também com a presença do diretor.

Já Anderson Lima, que participa do evento com o curta 'A Rua é Pública', prepara para novembro o lançamento de 'Quando Sinto que Já Sei', registrando experiências educacionais alternativas no Brasil. Anderson aproveitou para conhecer German, com quem já mantinha contato e aprofundar a discussão sobre educação. 

Fernanda prepara a distribuição gratuita de 3 mil DVDs com seu longa, que também será disponibilizado no Youtube. Confira ao lado a entrevista que ela concedeu ao DC.

Garanta o seu

Se deseja receber um dos 3 mil DVDs que Fernanda distribuirá gratuitamente com o filme Sementes do Nosso Quintal entre em contato com ela pela página: facebook.com/Sementesdonossoquintal.

Sobre o que é o documentário Sementes do Nosso Quintal?

O filme conta uma experiência que nasceu em São Paulo com Therezita Pagani, que fundou a escola Te-Arte, recriando as influências que teve quando criança. Ela é capixaba e por ter um irmão índio, adotado, teve muito contato com os índios aimorés. Na casa dela também morava uma negra, que fazia rituais africanos. Tinha muitos imigrantes que passavam por lá, festas populares, então era um ambiente multicultural.

E a escola não tem turmas, as crianças ficam todas juntas, mantendo um contato grande com a natureza. Os alunos têm autonomia para brincar, investigar as plantas, mexer com ferramentas, fazer o que quiserem. Os professores são pessoas com formações diversas, mas todos preparados para estarem atentos às crianças.

Fui aluna da primeira turma dessa escola e depois voltei lá, muitas décadas depois, como mãe e casada com um roteirista. Passei quatro anos gravando o documentário.

Por que a Therezita Pagani é considerada polêmica?

A Therezinha tem uma personalidade muito forte. Ela exige uma participação grande dos pais. Eles estão lá vira e mexe contando histórias, brincando, fazendo teatro, isso gera um senso muito grande de comunidade. É um ambiente muito bacana, mas, ao mesmo tempo, pode ser um choque.

Tem gente que pode achar sujo por ser um lugar que tem terra, galinheiro, como um sítio mesmo. E ela acredita que o aprendizado está muito relacionado ao lúdico, então toda a liberdade oferecida pode assustar também. As crianças mexem com martelo, faca, serrote. Quem vê pode achar que elas vão se machucar, o que não acontece porque os professores são muito atentos.

A escola hoje é um ambiente muito antisséptico. A Therezita fica brava com isso e se exprime de maneira bem forte, então tem gente que se ofende.

Como surgiu a ideia do filme?

O filme é muito inspirado no documentário Ser e Ter. Em 2004, quando morava em Barcelona, assisti a essa produção francesa sobre uma escolinha com um único professor e turmas misturadas que estava levando multidões aos cinemas, ofuscando blockbusters.

Fiquei surpresa de ver tanta gente interessada no assunto. Acho que muitos estão se voltando para essa discussão dos paradigmas da educação infantil porque a infância é algo que diz respeito a todos nós.

É uma fase tão bonita, tão importante, e o adulto não precisa assumir esse papel de quem está ali para ensinar, de quem detém o poder. Podemos ser companheiros da infância, alguém que aprende junto, que tem a chance maravilhosa de olhar de novo pela primeira vez.

>> Assista ao vídeo de apresentação com trechos de filmes da Mostra:



Agende-se
O quê:
12ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis
Quando: de 28 de junho a 14 de julho, em diversos horários
Onde: Programação infantil no Teatro Governador Pedro Ivo (Anexo ao Centro Administrativo do Governo do Estado – SC 401, 4.600, bairro Saco Grande)
Eventos adultos no cinema do CIC (Av. Irineu Bornhausen, 5.600, bairro Agronômica) e Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro)
Quanto: sessões de filmes infantis aos finais de semana custam R$ 2 por pessoa com direito a um saquinho de pipoca; a programação adulta e as sessões de segunda a sexta-feira são gratuitas.

Mostras abertas para escolas de segunda a sexta-feira, com horários pela manhã e durante a tarde. As sessões duram de 45 a 60 minutos e cada uma delas é voltada a uma faixa etária específica. Informações e reservas pelo agendamento@mostradecinemainfantil.com.br

Informações e programação completa: mostradecinemainfantil.com.br

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