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Itapema FM  | 08/07/2013 16h37min

"Gostaria de ouvir o que as crianças pensam sobre a escola", diz cineasta na Mostra de Cinema de Florianópolis

'A Educação Proibida' questiona o formato tradicional da escola e propõe diálogo sobre a questão

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

German Doin não passou no teste de admissão da Faculdade de Cinema. Graças a isso, pode fazer o documentário A Educação Proibida, exibido ontem na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. O próprio argentino, diretor do filme, participou de uma conversa  depois do filme.

— Temos agora um projeto de criar uma rede de educadores na internet para trocar experiências e relatar projetos transformadores, revolucionários de educação — explica German.

No auditório do CIC, onde foi realizado o evento, a plateia era formada por professores e pesquisadores da área de pedagogia, além de cineastas e público em geral. Vindos tanto da UFSC e USP (de São Paulo) quanto da rede municipal de ensino, os presentes queriam apresentar atividades de ensino inovadoras a German e estavam curiosos sobre possíveis sequências do filme.

O diretor afirmou que gostaria muito de ouvir, numa nova etapa, as crianças e o que significou para elas as experiências que viveram na escola.

— Se a educação era diferente em outros lugares sempre foi uma curiosidade para mim. Por estar saindo da escola quando fiz esse filme, com 24 anos, acredito que busquei depoimentos com autoridades, com quem me dissesse "assim dá certo, assim não dá", mas agora eu gostaria de ouvir das crianças o que elas pensam.

Expressão Proibida

Filmado em oito países da América Latina e da Europa, o longa independente reúne uma série de entrevistas com educadores nas quais questiona os métodos tradicionais de educação: o formato sala de aula, lousa e um professor que tem voz ativa enquanto todos os alunos devem permanecer passivos.

— A intenção não era fazer um filme para as pessoas gostarem ou não, mas para gerar uma discussão: será que a maneira como a escola funciona é a melhor maneira? Que outras maneiras podem existir? — questiona o diretor.

Financiado via crowdfunding, o filme foi feito com um orçamento de US$ 62 mil e seu próprio formato é inovador e colaborativo.

— As pessoas colaboravam com dinheiro, mas quem não podia, colaborava com uma música ou uma animação. E por isso o filme tem formatos tão diferentes — contou German.

As entrevistas com educadores são intercaladas com momentos de atuação, em que atores dramatizam a relação de alunos, professores e coordenadores nas escolas. A edição faz uso de animações para dinamizar o discurso e trazer coesão para diferentes assuntos. Para tornar ainda mais democrática a produção, o filme está disponível para ser assistido na íntegra no Youtube.

— Agora estamos disponibilizando aos poucos as entrevistas de todos educadores na íntegra. Entrevistamos mais de 90 pessoas e cerca de 40 fazem parte do documentário, então ainda temos muito material inédito para compartilhar — afirma German.

Também são autorizadas todas as exibições, montagens e cortes do filme. Como consta no próprio, na tela que explica o em modelo Copyleft de divulgação, em que não é necessário o pagamento de direitos autorais para fazer uso de um material, a cultura se protege compartilhando.

Mais educação

O debate sobre educação na Mostra de Cinema Infantil continua hoje com a exibição do documentário brasileiro Sementes do Nosso Quintal, a partir das 13h30min, que será seguido de um bate-papo com a diretora do longa, diretora Fernanda Heinz. Confira a programação completa do evento no site: www.mostradecinemainfantil.com.br.

Assista A Educação Proibida na internet em: clic.sc/educacao-proibida

DIÁRIO CATARINENSE
Julio Cavalheiro / Agencia RBS

German Doin, diretor do filme 'A Educação Proibida'
Foto:  Julio Cavalheiro  /  Agencia RBS


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