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Itapema FM  | 09/07/2013 08h31min

Artistas como Renato Veiga, de Joinville, deixam os suportes tradicionais para trabalhar com instalações

'Sangue do Artista' está em exposição no Sesc até o dia 27 de julho

RAFAELA MAZZARO  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

A obra escapa pelos cantos da galeria. Quica leve, quase flutua quando agitada pelo espectador. Ela ocupa todo o espaço retangular da Galeria do Sesc até o dia 27. Depois, passará a ser somente uma ideia, uma memória, um registro fotográfico. "Sangue do Artista" é uma instalação artística e conceitual; não pode ser vendida — com exceção de seu memorial descritivo —, pois existe só neste tempo e espaço enquanto matéria.

A provocação é de Renato Veiga, um dos artistas selecionados para expor na unidade do Sesc de Joinville com curadoria de Carlos Franzoi. As quatro centenas de bolas de plástico brancas e vermelhas soltas pela galeria foram a forma que Renato encontrou para propor uma discussão sobre a relação do artista com o público.

— A obra não existe sem ser vista. Ao movimentar as bolas é como se o espectador bombeasse o sangue do artista — explica.

A instalação é efêmera à medida que as bolas estouram, ora pela interação, ora pela durabilidade do material. Até agora, mais de cem deixaram a mostra. Renato não as repõem, pois acredita que a obra caminha para um fim.

— As que restarem serão distribuídas entre os visitantes no último dia. A obra começa e termina aqui — avisa.

Franzoi comemora o fato de Renato não ser o único na linhagem de artistas joinvilenses a dar continuidade ao movimento artístico surgido nos anos 1960 que dispensa os suportes tradicionais. De memória, o curador — e também artista e professor — cita com facilidade dez contemporâneos que aqui se estabeleceram e vez ou outra transbordam um tema para a junção de elementos alinhados a um conceito espacial.

Pelo menos as últimas duas curadorias de Franzoi para a Galeria do Sesc transcendem as linguagens, como é o caso da recente "Arte na Cidade: Entre Três Espaço-tempo", coletiva formada por Priscila dos Anjos, Sérgio Adriano H. e TiroTTi, aberta ao público no mês passado.

— Os três trabalhos propunham uma expansão da linguagem e foram pensadas para dialogarem entre si neste espaço.

Mas Franzoi adverte: é necessário mais do que uma ideia. Para uma instalação, é preciso domínio escultórico, pictórico e de tridimensionalidade.

Além do Sesc, em Joinville é possível ver instalações como Sangue de Artista nos anexos da Cidadela Cultural Antarctica, geridos pelo Museu de Arte de Joinville (MAJ), e na Associação de Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj). A Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew, que também costuma abrigar mostras do tipo, está em reforma, assim como a sede do MAJ. O Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke, projetado para ocupar parte da Cidadela, também terá este fim.

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